Cortes destacou que eletrificação terá forte apelo de vendas em 2021

A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou programa de investimentos de R$ 2 bilhões para o período de 2021 a 2025, iniciando o sexto e maior ciclo consecutivo de aportes no Brasil. Nos quatro primeiros, a montadora aplicou média de R$ 1 bi e subiu para R$ 1,5 bilhão no atual. “Este incremento foi definido porque o mercado exigiu. Até agora aportamos mais em produtos; a partir deste ciclo, a prioridade será o desenvolvimento de novas tecnologias para uma mobilidade mais sustentável”, ressaltou Roberto Cortes, presidente e CEO, durante encontro virtual com a imprensa especializada, nesta quinta (10).

As tecnologias evidenciadas pelo executivo focam, principalmente, na propulsão elétrica e na melhoria da eficiência energética com redução de CO². Nesta direção citou as entregas, em 2021, das primeiras 100 unidades do e-delivery, caminhão leve 100% elétrico, que passarão a integrar a frota da Ambev, que já manifestou interesse de compra de outras 1,5 mil. “Seremos a primeira montadora no país a entregar este novo modelo de caminhão”, reforçou. Também citou os avanços que serão encaminhados no desenvolvimento do veículo autônomo, embora reconhecendo que seu uso será, inicialmente, dedicado a espaços fechados, pois a atual infraestrutura do país impede a aplicação em áreas públicas.

Outra prioridade para os próximos cinco anos será com digitalização e conectividade com introdução de novos serviços e soluções, tendo como base a empresa RIO. Os recursos também se destinarão à melhoria contínua no portfólio de produtos e serviços, com ênfase cada vez mais intensa na nacionalização de componentes e autopeças e no fortalecimento da cadeia de fornecedores.

A internacionalização da marca, que completa 40 anos de operação no Brasil, em 2021, também será priorizada no próximo ciclo de investimentos. Segundo Cortes, o objetivo é buscar a liderança em outros mercados, como já exerce no Brasil e países da América do Sul. “Ainda é prematuro adiantar detalhes desta estratégia”, argumentou. O quinto destino dos recursos será a busca de maior sinergia com as demais marcas do Grupo Traton. Dentre elas, com a Navistar, que deve ser assumida pela corporação em meados do próximo ano.

Abertura de vagas em Resende

Empresa ampliou quadro funcional com 550 novos trabalhadores

As linhas de produção da VW Caminhões e Ônibus receberá o reforço de 550 novos funcionários para atender o incremento de demanda. Em torno de 300 serão destinados exclusivamente para a montagem do modelo Meteor, lançado em setembro. De acordo com Roberto Cortes, os pedidos em carteira são superiores ao programado, o que tem exigido aumento de produção. Outro grupo de contratados atuará nas demais linhas que também operam em patamares acelerados. “Não há motivos para reverter esta tendência de retomada. Temos uma visão otimista para o próximo ano”, enfatizou o executivo.

Cortes admitiu que a escassez de matérias-primas preocupa, mas assegura que a montadora tem conseguido administrar a situação. Alertou que a situação pode agravar-se caso a segunda onda da pandemia torne-se crítica na Europa e nos Estados Unidos.

De acordo com o executivo, o recuo de 13,9% nas vendas de caminhões, acumulado até novembro, é menor do que previsto em março, no início da pandemia. Já a produção nacional caiu 25%. A marca, no entanto, opera com queda de 7% nas vendas. Em ônibus, o mercado caiu 33%, enquanto na empresa o índice é de 23%. “O lockdow e o distanciamento social impactaram fortemente o segmento de ônibus, tanto o de turismo, quanto o urbano”, avaliou.

Cortes destacou que o auxílio emergencial do governo federal foi fundamental na retomada, citando o avanço de vendas de veículos leves para entregas urbanas nas regiões Norte e Nordeste. Já nas regiões Centro-Oeste e Sul o mercado foi movimentado por veículos pesados para o transporte de produtos do agronegócio, de alimentação e bebidas, e medicamentos.

Comemoração de 40 anos

Em 2021, a Volkswagen Caminhões e Ônibus celebrará quatro décadas de operações desde o lançamento de seus primeiros produtos no Brasil, em março de 1981. A montadora, que iniciou operações em São Bernardo do Campo (SP), escolheu Resende, no Rio de Janeiro, para sua sede em 1995, investindo US$ 250 milhões na construção de uma nova fábrica, que foi inaugurada em 1996. Ao longo dos últimos 25 anos, R$ 5,5 bilhões foram destinados ao crescimento da empresa em cinco ciclos consecutivos de investimentos.

A fábrica foi pioneira na região e tem, atualmente, 1 milhão de metros quadrados de área total, 148 mil metros quadrados de edificações, 100 mil metros quadrados no parque de fornecedores e 50 mil metros quadrados no centro logístico. Em 2020, a marca comemorou os 15 anos do lançamento do Constellation, 20 anos da Série 2020, 25 anos do consórcio modular e a produção do milionésimo caminhão desde sua instalação no Brasil.

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