Lançada na Europa no final de 2021, ela tem atributos para garantir até 8% de economia de combustível

Roberto Hunoff

Créditos
Scania, Divulgação

Para atender aos requisitos da nova lei de controle de emissões do Proconve P8, a Scania terá duas novas famílias de motores. Uma chamada de otimizada de propulsores P8, e a gama Super, com exclusivo trem de força. Ambas vão substituir os atuais motores Euro 5 e serão utilizadas nas cabines P, G, R e S da Nova Geração de caminhões, lançada no Brasil em 2018. A gama Super, apresentada no final de 2021 na Europa, começará a ser vendida no mercado nacional a partir da Fenatran 2022, com entregas programadas a partir de fevereiro do próximo ano.

A nova linha de motores P8/Euro 6 para atender a todos os segmentos de atuação chega preparada para assegurar economia de diesel de 2% sobre a geração atual. Com a Super, a montadora cria uma nova gama dentro da categoria dos pesados. “O Scania Super chega com motores P8/Euro 6 de uma plataforma ainda mais moderna, proporciona até 8% de economia, tem potências próprias e um exclusivo trem de força”, explica Silvio Munhoz, diretor-geral das Operações Comerciais da Scania no Brasil.

A identificação da marca Super na cabine estará nas laterais das portas e na parte superior da grade dianteira, abaixo do nome Scania. O cliente ainda poderá adicionar um adesivo, opcional, no topo da cabine entre os faróis superiores.

A gama Super chega ao mercado alinhada aos padrões Proconve P8/Euro 6 com o maior torque do mercado para motores de 13 litros, variando entre 2.300 e 2.800 Nm. Os motores disponíveis são com potências de 420, 460, 500 e 560 cv, que desenvolvem, respectivamente, torques de 2.300, 2.500, 2.650 e 2.800 Nm. O ganho prático dos três primeiros modelos foi de 150 Nm em relação à geração atual e de 100 Nm na versão de 560cv. O modelo R 560 Super de 2.800 Nm será o pesado de motor 13 litros de maior torque da categoria.

Um comparativo feito pela engenharia da fabricante entre os torques do atual pesado de 13 litros Euro 5 mais potente da Scania, o R 540, de 2.700 Nm, com o R 560 Super, mostra a evolução na categoria. O R 560 Super passa a proporcionar uma faixa plana de torque maior numa rotação mais baixa, o que vai elevar ainda mais a economia de combustível.

Outras novidades são o aumento da pressão de pico no cilindro para 250 bar, duplo comando de válvulas no cabeçote, fricção reduzida dos componentes internos e melhorias da lubrificação, refrigeração e da eficiência do turbo compressor. A gama ainda dispõe, de série para todas as versões, do freio de cabeçote CRB (do inglês compression release brake), que garante melhor desempenho de frenagem auxiliar do propulsor (capacidade de 350Kw) e não necessita de manutenção. O freio hidráulico auxiliar Scania Retarder permanece opcional e juntos podem chegar a 850Kw de potência de frenagem.

Outro grande benefício está na introdução de série da nova unidade de otimização do tanque de combustível. O recurso, exclusivo da Scania para estes modelos, foi chamado de FOU (Fuel Optimization Unit) e funciona como um tanque de captura capaz de garantir a utilização máxima do combustível. “Passamos de 87% para 97% de diesel utilizável, o que significa um ganho de carga útil transportada ou o alcance estendido a depender do que for priorizado em sua aplicação”, pontua Ivanovik Marx, engenheiro de Oferta de Soluções da Scania no Brasil.

No Super, o sistema de tratamento de gases Euro 6 SCR passa a utilizar uma dupla dosagem do reagente ARLA 32, um logo no coletor de escape e o outro no silencioso, e do filtro de particulado do diesel para atender a lei Proconve P8. Esse filtro, quando abastecido com diesel S10 e o novo lubrificante da linha Euro 6, aumenta os intervalos de troca para operações de longa distância.

A gama Scania Super será equipada com as caixas de transmissão automatizada Opticruise de nova geração. Os modelos Super 420cv e 460cv levarão a caixa de câmbio G 25. Já as versões de 500cv e 560cv terão a G 33.

Os modelos rígidos ganham também várias novas posições de montagem dos tanques, de combustível e de Arla 32, permitindo melhor distribuição do peso no chassi, mais próximo do eixo traseiro, e proporcionando maior carga útil. “Dependendo do tipo de operação, da distância entre eixos e da quantidade de tanques, poderia haver até uma capacidade de uma tonelada a mais de carga útil, por exemplo”, calcula Marx.

Linha otimizada

V8 de 770 cv, indicado para o segmento de mineração, tem a maior potência do mercado

A nova linha de caminhões foi desenvolvida a partir da otimização dos motores de sete, nove, 13 e 16 litros, que passam a contar com bomba hidráulica de refrigeração variável, menor perda por fricção, coletores do turbo e de escape aperfeiçoados e maiores taxas de compressão. Os motores estarão disponíveis com combustão a diesel e a gás (natural, liquefeito e/ou biometano).

As plataformas otimizadas apresentam opções entre 250 e 770 cavalos, sendo que os modelos de 450 e 500 cv passam a ficar disponíveis apenas para o segmento da mineração. Os motores V8 foram atualizados para as mesmas potências usadas na Europa. Dessa forma, ganham as duas novas opções de 660 e 770 cavalos – as maiores do mercado. Já em relação ao torque, os motores desenvolvem 3.300 e inigualável 3.700 Nm, respectivamente. Os modelos serão vocacionados para o transporte de cana-de-açúcar (91 toneladas), rodoviário (74 toneladas), mineração (versão 10×4 no 770) e no segmento de cargas indivisíveis.

 A nova linha é ofertada com as caixas de câmbio nos modelos G25CM e G33CM, que garantem trocas de marchas mais rápidas, escalonamento otimizado, melhor lubrificação e menores atritos internos. O modelo G25CM é 75kg mais leve do que a atual GRS905 e será indicada para veículos com torque de entrada de 2.500 Nm e potência de até 460 cv. A G33CM foi desenvolvida para veículos com torque de entrada de 3.300 Nm e potência a partir de 500 cv. Ela pesa 60kg a menos do que a atual GRS905. A redução dos pesos das duas caixas vai permitir um ganho em carga transportada.

As transmissões também ganham maior disponibilidade com os novos sensores de nível e temperatura do óleo, proporcionando ao cliente maior controle da operação e previsibilidade em relação aos componentes. Já o filtro de óleo, por sua vez, passa a ter maior vida útil e mais desempenho com o novo lubrificante Scania-MTF.

Os novos motores foram redesenhados para otimizar a lubrificação de todo o conjunto. Com isso, passarão a utilizar lubrificantes de última geração com tecnologia de redução de atrito, que, aliados a tecnologia exclusiva dos planos flexíveis, irão reduzir significativamente a necessidade de paradas para manutenção em até 50% na comparação com a geração atual.

A Scania Opticruise, a primeira caixa automatizada lançada no Brasil, em 2001, foi totalmente redesenhada e ganhou uma atualização do software. A consequência: elevou em 1% sua economia de combustível, num benefício imediato na operação. A nova inteligência artificial do câmbio assegura direção fácil, confortável e segura, independentemente do peso, rota e topografia.

O Scania Retarder tem uma nova versão para atender as plataformas P8/Euro 6. O sistema de freio integrado estará disponível tanto para a caixa G25CM quanto para a G33CM, agora com um torque máximo de frenagem de 4.700 Nm e potência máxima de 500 kW. Também entre as novidades estão o eixo traseiro RB885+R885, que estará disponível nos modelos 6×4 para transferir cargas de até 90 toneladas, oferecendo maior disponibilidade e capacidade de tração.

Sistema de segurança aprimorado

Avançando na segurança ativa dos motoristas, a Scania introduz na linha Euro 6, da mesma forma que fez para os ônibus, a evolução do sistema de segurança ADAS (Advanced Driver Assistance Systems ou sistema de auxílio ao motorista), lançado de forma pioneira, em 2016, como parte do pacote de segurança opcional da fabricante. O objetivo é oferecer assistência ao motorista, melhorar a condução e prevenir acidentes de trânsito.

Ofertado em sua segunda geração, o ADAS ganhou dois sistemas. São sensores laterais, os quais provocam alertas de ponto cego e de pedestres, com o objetivo de diminuir a falta de visibilidade nas laterais dos caminhões. Os caminhões contarão ainda com direção elétrica ativa e controle de velocidade cruzeiro com predição ativa.

Cabine mais sofisticada e ergonômica

As cabines da Nova Geração de caminhões Scania, rodando pelas estradas brasileiras desde 2019, são reconhecidas por seu conforto. Da mesma forma que nos caminhões da nova linha P8/Euro 6, a gama Super também estreará as novidades do interior da boleia. A nova cor do interior passa a ser preta e em um tom mais suave.

Também passam a contar com mais um recurso nos itens opcionais, com foco em conforto e segurança na direção: quebra-sol interno elétrico, acionado por um botão estrategicamente posicionado atrás do volante para facilitar o acesso. “Ainda diminuímos o espaço entre a viseira e as colunas laterais. Assim, a incidência dos raios solares nos olhos do motorista para atrapalhar a visão na condução será muito menor”, reforça Ivanovik Marx.

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