Especializada em investigação geológica, a Alphageos irá trazer uma série de tecnologias para as obras do túnel submerso entre Santos e Guarujá, na Baixada Santista. Entre as técnicas mais importantes implementadas estão a sondagem a percussão de alta profundidade, televisamento 360º graus das paredes de furos de sondagem, vários tipos de ensaios, CPTu (Cone Penetration Test), e o MudCPTu, pela primeira vez utilizado no Brasil e que garante maior rapidez na investigação e custos mais baixos para o investidor.

O Submerso tem um projeto orçado em cerca de R$ 2,6 bilhões, e vai beneficiar cerca de 40 mil pessoas por dia. As obras estão previstas para serem iniciadas ainda este ano e finalizadas até 2018. O túnel terá 1,7 km de extensão e ficará a 35 metros de profundidade. A travessia de veículos poderá ser feita em menos de dois minutos, permitindo a circulação de carros, motos, caminhões, ônibus e comportando ainda pista para ciclistas e áreas para pedestres. Também poderá comportar no futuro a circulação de Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT).

O túnel será composto por módulos gigantes de concreto construídos em um dique próximo ao canal que separa as cidades, para onde serão transportados um a um e encaixados, formando a passagem submersa.

A investigação geológica de toda a área que envolve o projeto foi realizada pela Alphageos Tecnologia Aplicada, escolhida por ter sido a única companhia a apresentar todas as tecnologias necessárias para a investigação de subsolo requeridas pelo projeto.

O trabalho da Alphageos incluiu, entre as técnicas mais importantes, sondagem a percussão de grande profundidade, coleta de amostras indeformadas (shelby), vários tipos de ensaios in situ, tais como CPTu (Cone Penetration Test), Vane Test, e o MudCPTu, explica Ruy Thales Baillot, diretor e um dos fundadores da empresa.

MudCPTu

“Só a Alphageos faz investigação por MudCPTu no Brasil”” diz o executivo, que também é geólogo formado pelo Instituto de Geociência da Universidade de São Paulo (USP), técnica que reduz enormemente a necessidade de realização de pré-furos para a realização de ensaio CPTu.

“Mud é lama em inglês. Mas na linguagem do setor de petróleo representa todos os fluidos que você usa para lubrificar a broca de perfuração e hastes. Esse Mud pode ser até de água, que é o fluido mais comum, e água associada a outros produtos como bentonita, ou mesmo polímeros, que produzem também efeito de lubrificação. E o MudCPTu diminui a necessidade de fazer pré-furos, comuns nos processos com CPTu em grandes profundidades, em que as hastes em determinados avanços ficam aderidas aos sedimentos e é necessário parar o processo, retirar o equipamento e fazer um furo nesse momento para posterior recomeço da investigação a partir desse ponto. Com a lubrificação no Mud isso não é necessário e o resultado é que se obtém ensaios mais rápidos e mais baratos, já que o processo não é interrompido, não é preciso reperfurar para se alcançar o nível em que se estava”, explica Ruy Baillot.

As complexidades da obra

“É uma obra de uma complexidade fenomenal e única, que vai gerar experiência para outras implementações deste porte em nosso País, conhecimento e que exige uma tecnologia muito sofisticada que trouxemos da Holanda”, afirma Paula Baillot, que é engenheira civil e hoje preside a Alphageos.

Segundo Paula, a Holanda teve de progredir muito em investigação geológica de áreas onde predominam argilas moles: “Eles desenvolveram uma técnica chamada Cone Holandês, que mede a resistência do solo a qualquer tipo de penetração e é o início do que atualmente chamamos de CPTu, uma evolução dessa tecnologia é a base de toda a investigação para o projeto do túnel Santos-Guarujá, aliada às técnicas convencionais”.

As tecnologias utilizadas pela Alphageos no Submerso indicam a capacidade de desempenho dos materiais típicos do canal e das margens e as obras serão projetadas a partir dessas informações. “Todo o trabalho foi feito nas duas margens e também no canal de navegação no Porto de Santos, com o estabelecimento de janelas no tráfego portuário, com a interrupção da entrada e saída de navios, o que é extremamente crítico, pois são muitas embarcações e o processo de investigação parava o porto de 8 a 12 horas a cada janela programada”, acrescenta Paula.

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