Dentro de um mercado cada vez mais competitivo, se manter em destaque e ser a principal opção de escolha dos clientes é um dos desafios das transportadoras. Entregar o produto no prazo estipulado e ainda lidar com as dificuldades impostas dentro dos grandes centros urbanos e a falta de infraestrutura das rodovias brasileiras exige um trabalho diário pela busca de uma logística cada vez mais eficiente. Isso inclui organizar o fluxo de informações, adotar os melhores procedimentos para o transporte das mercadorias, escolher produtos adequados e rentáveis para realizar a movimentação da carga e aprimorar cada uma das etapas do processo para garantir a excelência do trabalho e oferecer um serviço ágil e eficaz.
A Jamef, empresa com mais de 50 anos de mercado, enxergou essa necessidade e decidiu investir R$ 10 milhões em tecnologias que pudessem auxiliar a empresa a entregar um serviço cada vez mais eficiente. A mais recente implantação foi o Sistema Automatizado de Distribuição de Encomenda, conhecido também como Sorter, que realiza a classificação de produtos de acordo com seus destinos facilitando o trabalho de despacho das mercadorias coletadas nos clientes. O sistema já é utilizado por outras grandes transportadoras, entre elas a RTE Rodonaves e Braspress, que atestam a eficiência e agilidade nos processos de coleta e entrega.
A implantação do sistema na Jamef foi iniciada em dezembro do ano passado e levou cinco meses para ser finalizada. São mais de 1.200 metros de linha de software. Quando a carga chega na empresa passa por um leitor de código de barra (que traz informações sobre o destino e origem da carga, nome do cliente, prazo de entrega) e faz a pesagem. Após a leitura, o software direciona a caixa para a rampa adequada. No caso do código apresentar algum tipo de avaria, que possa prejudicar a leitura, a carga é rejeitada e é direcionada para outro local para ser identificada corretamente.
Todo o sistema depende de energia elétrica constante. Assim, para evitar um apagão e a interrupção do direcionamento correto da carga, a empresa instalou geradores próprios para a operação. Eles são utilizados inclusive durante os horários de pico para que a energia fique estável.
Apesar de todas as vantagens operacionais, o principal objetivo da empresa é ampliar a capacidade de volume no armazém. Michael Oliveira, diretor de operações, explica que após a implantação do sistema, a capacidade de volume diário da empresa foi ampliada de 30 mil para 100 mil encomendas. Atualmente a empresa atingiu metade da meta, operando na faixa de 40 a 50 mil.
Em relação a mão de obra, Oliveira garante que não houve redução e sim reaproveitamento e otimização dos profissionais. No início da instalação, o armazém contava com 300 pessoas e hoje são 320 funcionários. “A dinâmica do armazém mudou. Hoje os profissionais ficam na ponta fazendo carga e descarga e ajudando a agilizar ainda mais todo o processo. Com esse aumento de capacidade estamos trazendo aos poucos parte das operações das filiais de Campinas, São Paulo, Curitiba”, explica.
Oliveira destaca também que a Jamef é especializada em cargas urgentes e o sistema vem contribuindo para deixar mais eficaz todo o processo, com menos avarias e redução de erros em relação ao feito de maneira manual. “No processo manual, os conferentes e operadores checavam as etiquetas e despachavam nos locais adequados. Mas, muitas vezes ocorria o retrabalho devido a carga ter sido despachada para o destinatário errado. E pelo nosso perfil temos que manter a agilidade e o máximo de precisão. Uma carga que chega no armazém as 19h tem que ser liberada as 22h para chegar ao cliente no outro dia pela manhã”, afirmou.
Além da implantação do Sorter, a empresa investiu também em software de roteirização para garantir a máxima pontualidade e precisão de informação para o cliente. “Estamos investindo em uma tecnologia que além de facilitar o controle das entregas em rua podemos disponibilizar essas informações aos clientes que ficam devidamente cientes do horário que será entregue a encomenda e possíveis imprevistos. Mencionando ainda que nossos sistemas vão armazenar dados de tempo de rota, de parada em cada cliente permitindo que a operação fique cada vez mais assertiva”, destacou Oliveira.
MB Accelo automatizado
Entre outros investimentos previstos pela empresa está também a renovação da frota de seus caminhões, que atualmente estão com idade média de 3,8 anos. O objetivo é manter os veículos disponíveis e garantir a eficiência da operação. Recentemente a Jamef testou os primeiros caminhões Mercedes-Benz Accelo com câmbio automatizado em suas operações urbanas. E, segundo Oliveira, está entre as opções de compra. A empresa já utiliza 100 unidades do modelo porém com câmbio manual. “Registramos uma melhora no consumo e consequentemente economia para nossa operação de transporte. Além disso, essa tecnologia demanda menor custo de manutenção. Já o motorista ganha em conforto de dirigibilidade, melhor performance e produtividade”, destacou.
O gerente de tráfego, frota e manutenção, Juliano Alba, destaca também que a Jamef trabalha com foco em custo por quilômetro para avaliar os gastos operacionais de sua frota própria e busca otimizar ao máximo a logística interna de distribuição, que está sob total controle da empresa. “O custo por quilômetro do Accelo é excelente, levando em conta a média de consumo de diesel, gasto com manutenção e disponibilidade, critérios essenciais para nossa gestão”, diz ele.
O gerente de produto caminhão da Mercedes-Benz, Marcos Andrade, destaca ainda outras características do Accelo que facilitam a logística operacional urbana. Entre elas está a plataforma de carga e o círculo de viragem. “Tradicionalmente na operação urbana é mais importante carregar volume do que peso. E esse é um dos diferenciais do veículo, que conforme a configuração de entre eixos e posição da cabine permite maximizar a plataforma de carga e o cliente consegue carregar mais”. Em relação a novidade do câmbio automatizado na linha leve, Andrade acredita ser um desafio oferecer um câmbio que se comporte bem na cidade no “anda e para”, que precisa de uma arrancada forte, e manter o mesmo desempenho nos percursos de média e até longas distâncias.