Avaliamos o Sprinter Furgão 315 com nova motorização. O veículo oferece conforto ao motorista com boa dirigibilidade em aplicações mistas (urbano e rodoviário) considerando jornadas de trabalho acima de cinco horas
Por Mauro Cassane
TranspoData, Divulgação
A Sprinter Furgão 315 Street é fácil de dirigir. Salvo pela altura – neste aspecto lembra um caminhão leve – a tocada é 100% como se estivesse tocando uma picape de última geração. Andamos na versão curta, de 7,5 metros cúbicos de capacidade volumétrica e entre-eixos com 3.350 metros. É o menor furgão da Mercedes-Benz, de rodado simples (paga igual carro no pedágio), com PBT de 3,5 toneladas e, para pilotar, só é necessário a básica CNH categoria “B”.
O preço sugerido, considerando o estado de São Paulo, é R$ 263.900,00. Mais barata que uma Hilux cabine dupla pé de boi. A Mercedes-Benz renovou a Sprinter ano passado (a nomenclatura desse modelo tinha a numeração 314).
A novidade, já como linha 2023, trouxe motorização nova: entra o motor OM654 substituindo o modelo OM651. De novo mesmo, além de alguns itens a mais de conforto no cockpit, esse é o mais significativo. O propulsor 2.0 a diesel de quatro cilindros com turbo de geometria variável entrega 150 cv de potência com bom torque de 34,7 kgfm. A fábrica diz que esse novo engenho é cerca de 5% mais potente e 3% mais forte que o antecessor, que gerava 143 cv e 33,7 kgfm, respectivamente.
Não andamos na versão anterior, mas podemos assegurar que esse novo motor Mercedes-Benz cumpre o que promete além de ser, também, silencioso. O consumo aferido, considerando 60% urbano e 40% rodoviário foi de 9,3 km/l. Se consideramos só estrada, chega fácil a 10 km/l rodando protocolarmente dentro da faixa verde.
A direção elétrica faz a diferença positivamente no trabalho urbano. É confortável e responde com leveza com manobrabilidade eficiente em áreas mais apertadas. A câmera de ré é outro ponto a ser destacado. Bem posicionada na parte superior traseira do furgão, permite visão ampla e é possível, com ajuda dos traços digitais, manobrar com total precisão e, sobretudo, segurança.
Já a transmissão ZF, de seis velocidades, oferece o que o motorista profissional mais deseja na lida: trocas curtas e leves sem solavancos. O trem de força formado por motor e transmissão funciona harmoniosamente respondendo de maneira eficaz quando é preciso força quando carregada (especialmente nas entregas urbanas com para e anda e muitas subidas) e, na estrada, nas retomadas de velocidade.
A alavanca de seta poderia ser melhor pensada uma vez que um leve movimento distraído pode acionar sem querer o limpador de para-brisa. No geral, contudo, o cockpit tem ergonomia correta favorecendo a dirigibilidade.
É um veículo de trabalho, projetado para jornadas profissionais de até oito horas prevendo, naturalmente, descansos intercalados. Um sistema com sinal sonoro e alerta no display central avisa o condutor que operar ininterruptamente por mais de quatro horas. Neste momento é hora de uma breve pausa (naturalmente que é possível ignorá-lo e seguir a tocada sem qualquer prejuízo de performance do veículo mas a ideia é boa, também usada nos carrões de luxo da marca, e vale o lembrete para um relax com um bom café).