Para usufruir do benefício fiscal será preciso reciclar caminhões e ônibus com mais de 20 anos de uso

Roberto Hunoff

Foto Divulgação

A coletiva mensal de imprensa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) teve, nesta terça-feira (06/06), a participação do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que expôs mais detalhes sobre a Medida Provisória (MP) do setor automotivo, anunciada no dia anterior pelo governo federal. “Estamos muito otimistas com as respostas dos consumidores, preservação do emprego e fortalecimento da indústria automobilística, que representa 20% do setor de manufatura e emprega cerca de 1,2 milhão de pessoas”, afirmou Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Ele classificou a MP 1175 como inteligente, pois atende o transporte coletivo, o de carga e os compradores de veículos leves, trazendo os critérios social e ambiental, além da densidade industrial.

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, elogiou a abrangência do programa adotado, que tem um viés não só de aquecimento do mercado de veículos leves e pesados, mas também com um lado ambiental e de segurança viária muito forte, promovendo a renovação de frota de caminhões e ônibus de forma direta, e estimulando indiretamente igual movimento entre os automóveis, ao reduzir preços de modelos zero quilômetros, e pressionando para baixo o valor dos usados. “Embora de curta duração, é um programa que traz ânimo para todo o ecossistema automotivo e coloca um foco sobre um setor que tem potencial para gerar incontáveis benefícios à sociedade brasileira de forma geral”, assinalou.

Pelas estimativas da Anfavea, cerca de 100 mil a 110 mil automóveis e comerciais leves deverão usufruir dos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil, antes do esgotamento do teto de R$ 500 milhões em créditos tributários disponibilizados pelo Ministério da Fazenda. Isso deverá ocorrer em pouco mais de 30 dias, ou seja, bem antes dos quatro meses de prazo estipulado pela MP 1175. Para caminhões e ônibus, é esperado um prazo mais largo para o teto de R$ 1 bilhão, até porque são veículos de maior valor, e com venda atrelada à retirada das ruas e reciclagem de pesados com mais de 20 anos de uso, para desconto de R$ 33,6 mil a RS 99,4 mil, dependendo do produto.

Bom desempenho em maio

A produção de autoveículos em maio teve o melhor resultado desde agosto, com 227,9 mil unidades, 10,7% a mais que o mesmo mês de 2022 e 27,4% superior a abril. Para a Anfavea, alguns fatores foram responsáveis pela alta, como o retorno das fábricas que haviam parado em parte do mês anterior, o maior número de dias úteis e, sobretudo, a expectativa gerada pelo anúncio de medidas para reaquecer o mercado. Muitas empresas ampliaram seus estoques à espera de uma forte demanda a partir de junho. A produção de cinco meses é de 942,8 mil unidades, alta de 6,2%.

A espera pela MP do Setor Automotivo, publicada segunda no Diário Oficial da União, ocasionou um adiamento de compra por parte de muitos consumidores desde a metade de maio. O resultado foi uma desaceleração do ritmo de vendas, mesmo após uma primeira quinzena muito positiva. As 176,5 mil unidades emplacadas em maio representaram recuo de 5,6% sobre o mesmo mês do ano passado e alta de 9,8% sobre abril. Em cinco meses, foram emplacadas 809 mil unidades, avanço de 9,3%.

A produção de caminhões em maio alcançou 8,4 mil unidades, declínio de 40% sobre igual mês do ano passado, e alta de 15,7% sobre abril. No acumulado são 40,1 mil caminhões, declínio de 31,3%. Foram licenciadas 8,2 mil unidades, em maio, recuo de 21% sobre igual mês de 2022 e acréscimo de 5,1% em relação a abril. O acumulado de 44,7 mil é 4,2% inferior aos cinco meses do ano passado.

A produção de chassis de ônibus em maio alcançou 1.947 mil unidades, declínio de 35,4% sobre igual mês do ano passado, e alta de 19,6% sobre abril. No acumulado são 7,6 mil chassis, declínio de 26,5%. Foram licenciadas 1.920 unidades, em maio, altas de 31,9% sobre igual mês de 2022 e de 36% sobre em relação a abril. O acumulado de 9,5 mil é 61,7% superior ao dos cinco meses do ano passado.

Em comerciais leves, a produção em maio foi de 42,5 mil unidades, altas de 44,5% sobre igual mês do ano passado e de 31,2% sobre abril. No acumulado são 166 mil unidades, acréscimo de 24,7%. Foram licenciadas 38,9 mil unidades em maio, altas de 9% sobre igual mês de 2022 e de 16,5% em relação a abril. O acumulado de 163 mil unidades é 18,5% superior ao dos cinco meses do ano passado.

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