Ford Maverick surpreende em performance e conforto com comportamento positivo no trânsito urbano, na estrada e, igualmente, no campo.

Por Mauro Cassane

Quem é apaixonado por picapes respeita a marca Ford e lamenta que a montadora tenha deixado de produzir no Brasil. Aqui ficou na memória caminhonetas icônicas como as F-1000, F-250 e, inclusive, toda linha Ranger. Com a Maverick, a marca estadunidense volta à carga demonstrando que, quando se trata deste tipo de veículo, eles sabem o que fazem.

A Maverick é produzida no México. O nome por si só já enseja respeito. Aqui no Brasil, quem tem mais de 40 anos, sabe quem eram os esportivos Maverick (mavão V8) dos anos 1980. Até na motorização, que é 100% gasolina, lembra o bom e velho esportivo da Ford.

O motor 2.0, de quatro cilindros, bate 253 cv de potência com força de 38,7 kgfm e vem equipado com transmissão automática de oito velocidades. Acelerando fundo você sente o tranco e a resposta é rápida. Guarda, consigo, a genética do nome: esportividade. Sem carga, aferimos que ela chega a 100 km/h em sete segundos. Pode ter pequena margem de erro (entre um ou dois segundos) para cima ou para baixo. Nos ajustes eletrônicos de fábrica, o carro não passa de 175 km/h (quem é civilizado e responsável jamais tenta, sequer, chegar a isso).

A tração integral causa um pouco de estranheza quando encaramos estrada sem pavimento. Mas funciona perfeitamente bem. Inclusive na lama e sob chuva. A tocada se mantém segura com o carro sempre à mão e estável. Com muita lama, pista escorregadia, funciona a tecla reduzida e, para descidas, um toque na tecla de controle de tração para a Maverick entrar em comportamento ainda mais seguro e tranquilo. Sem estresse.

A versão oferecida pela Ford no Brasil é uma só: Lariat FX4 e o preço sugerido gira em torno de 240 mil reais. Para fazer jus ao valor relativamente alto e compatível com picapes médias maiores como Hilux e Amarok, a Maverick vem com itens de conforto e segurança de luxo: sete airbags, câmera de ré de alta eficiência, diversos ajustes elétricos no banco do motorista, bancos de couro com acabamento refinado, central multimídia com tela de 8 polegadas e painel de instrumentos digital com tela de 6,5 polegadas.

Na estrada a picape é extremamente silenciosa. Parece carro elétrico. Com tocada leve, sem solavancos, quase nem se ouve o motor. E, nessa direção tranquila, o consumo é positivo: fizemos 8,9 km/l. Se gostas de uma tocada mais esportiva, nem pense mais em média de consumo. A Maverick está bem calibrada para quem exige direção, digamos assim, mais agressiva. Mas, neste caso, o consumo cobra a conta.

Picapeiro que se preze não quer carro para bancar o “velozes e furiosos”. Usa o carro buscando conforto, sensação de segurança (como nos SUV) e, eventualmente, levar na caçamba seus “brinquedos” como bikes, motos, barcos, celas, apetrechos de corrida, escalada, camping, etc. Para isso a Ford deixou a Maverick no ponto certo: a caçamba é grande (chega a 943 litros) e a capacidade de carga bem dimensionado para  617 kg.

O espaço interno, para motorista e mais um carona, é generoso. Para levar mais três passageiros, na parte de trás, o conforto segue o padrão das picapes oferecidas no Brasil. A janelinha que que corre e abre na traseira é um item bem pensado e funcional.

A Maverick segue o mesmo design e plataforma do SUV Bronco Sport (o motor 2.0 também é exatamente o mesmo). A picape tem 5,07 metros de comprimento (é maior que a Fiat Toro), 1,84 m de largura e 1,73 m de altura com 3,07 de entre-eixos.

Em nossa avaliação (30% urbano, 20% estrada e 50% off road), fica claro que o ângulo de ataque de 20,6º poderia ser um pouco melhor. Mas é o possível para uma picape com 218 mm de altura livre do solo. Recomenda-se atenção nas descidas fortes e alguma manobra para não tocar a proteção do cárter no solo. O ângulo de saída é de 21,2º e, se tiver água pela frente, fique atento que a capacidade de imersão é de 450 mm.

A Ford Maverick é um carro que agrada, e muito, os picapeiros. Certamente, embora já tenha a versão híbrida, seria ótimo ter uma opção “diesel na veia”. O design inspirado na F-150, com capô alto e em linhas retas, chama atenção bem como o aspecto robusto e imponente da grade dianteira que conecta os faróis de LED.

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