Nova política de preços da estatal já provoca reação em postos de todo o país

Redação TranspoData

Foto Pixabay, Divulgação

O aumento de 26% aplicado sobre o preço do diesel, vigente desde a quarta-feira (16/08), deve elevar os custos do transporte de cargas lotações em 5,6% na média geral, sacrificando mais as operações de longas distâncias, de até 6 mil quilômetros. Já para as operações de carga fracionada o impacto médio é de 2,61%. A projeção é do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC).

Raquel Serini, economista e coordenadora de projetos da instituição, entende que esta majoração deve ser avaliada e repassada pelas empresas a fim de estabelecer o equilíbrio financeiro das atividades. “Mesmo que não haja previsão anteriormente mencionada em contrato, a empresa pode solicitar uma nova negociação por meio da formalização de uma proposta comercial com aceite”, comenta.

Nos próximos dias a Associação Nacional de Transportes Terrestres publicará a nova tabela de piso mínimo, decorrência da oscilação de preços do diesel obedecendo ao gatilho de 5% para mais ou para menos nos reajustes dos coeficientes de deslocamento. O  IPTC lançou um boletim técnico com dados mais detalhados sobre os novos preços da Petrobrás, disponíveis neste Link.

Na terça-feira (15/08) a Petrobras anunciou aumentos de R$ 0,41 sobre os preços do litro da gasolina e de R$ 0,78 no diesel. A valoração passada às bombas sofre também com impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda. A estatal justificou o movimento devido à implementação de nova estratégia comercial, que incorpora parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística.

Mesmo com a política anterior, que segurou os reajustes, o diesel acumula alta de 13,59%, no período de janeiro de 2022 a agosto de 2023 nas refinarias. Com a gasolina, o movimento foi inverso. Mesmo com o recente aumento, o produto acumula variação negativa de 5,18% nas refinarias.

O aumento foi anunciado dias após informações de falta de diesel em vários estados brasileiros. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, o fato tinha relação com a decisão das distribuidoras de cortar pedidos, atribuída à defasagem do preço nacional em comparação com os valores praticados no mercado internacional. “Rumores apontaram que Rondônia, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina tinham restrições para comprar diesel S500. A situação pode ser pior no caso do diesel S10. Há relatos de cortes no fornecimento em Rondônia, Pará, Tocantins, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, relata Raquel Serini.

O IPTC realiza estudos e análises voltadas ao transporte rodoviário de cargas em todo o país, com ferramentas que auxiliam colaboradores e contratantes do segmento. Também faz a captação de dados para apresentar a evolução do setor em uma perspectiva geral, com embasamento técnico.

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