Com transmissão automática de dez velocidades e vários itens de segurança ativa, Ford Transit automática minibus se posiciona alguns passos à frente em relação à concorrência

Mauro Cassane

TranspoData, Divulgação

O Trabalho com vans ou furgões normalmente ocorre dentro das cidades. É uma operação cansativa, especialmente no anda e para das metrópoles castigadas pelo trânsito. Há tempos se fala que seria ideal que esses veículos tivessem transmissão automática. E a desculpa sempre foi o preço desse equipamento que, em média, acresce pouco mais de 20 mil reais ao valor do veículo.

A Ford foi a primeira a quebrar o paradigma ao lançar, no ano passado, cinco modelos da Transit equipados com transmissão automática de 10 velocidades. São três versões para passageiros e uma furgão.

Avaliamos a versão minibus 14 + 1 (a conta aí deixa claro que a van leva 14 passageiros mais o motorista). As outras duas versões automáticas da van são 17 + 1 e vidrada (que vem com as janelas de vidro mas sem bancos de passageiros na parte de trás e é indicada para adaptações especiais).

Vamos logo de cara falar do que interessa: a transmissão automática, da própria Ford, de 10 velocidades. Pode parecer velocidades demais até mesmo para um carro de passeio. Mas funciona bem. Os engates são cirúrgicos e rápidos. É possível sentir as primeira duas trocas (mais pesadas) mas da terceira em diante não se sente absolutamente o menor solavanco.

Basta rodar por meia hora pelo caótico trânsito paulistano para se dar o veredito: foi uma decisão acertadíssima da Ford oferecer o câmbio automático. E pagar cerca de 20 mil reais a mais por essa tecnologia que oferece, sobretudo, conforto, além, claro, economia de combustível, compensa 100%. Indiscutível.

Há tempos tratamos desse ponto aqui em Transpodata. Transmissão automática deveria ser item de série em veículos comerciais. Trata-se de uma questão até de saúde. É desumano motoristas profissionais com jornadas de até oito horas na direção de veículos para transporte de passageiros ou carga fazendo trocas manuais por horas sem parar.

Ponto a favor da Ford que saiu na frente. De acordo com a área de vendas, mais de 200 unidades já foram comercializadas no Brasil. A tendência é crescer. Basta avaliar para fechar com o produto.

Além disso, a transmissão automática da Ford se harmoniza muito bem com a nova geração de motores diesel da montadora estadunidense. O motor Ecoblue turbodiesel, de 2.0 litros, esbanja 165 cv de potência com torque elevado, de 39,7 kgfm. É um motor forte com uma vantagem extra: é silencioso.

Em nosso teste percorremos 420 quilômetros. Não conseguimos apurar o consumo específico. Mas todo trajeto consumiu pouco mais que meio tanque (que tem capacidade para 71 litros). Basicamente rodamos por estradas em ótimas condições e encaramos, variando, 60 quilômetros em serra.

O silencio agrega prazer à condução. Agrada passageiros e condutor. Dirigir a Transit automática por seis horas é muito tranquilo. Os bancos, inclusive dos passageiros, são muito confortáveis. E a ergonomia é nota 10. Tudo fica às mãos do motorista.

A direção elétrica torna a tocada macia e, com o tempo, o motorista tem clara sensação de conduzir um automóvel. Itens de segurança como Controle Eletrônico de Estabilidade, anti-capotamento e estabilização de vento lateral são frequentemente observados e sentidos ao longo da estrada e, mais ainda, nos longos trechos de serra com curvas acentuadas.

A van da Ford esbanja estabilidade. Confiante, é possível pedir um pouco mais do motor que responde prontamente. As retomadas de velocidade são firmes e ligeiras. Nestes momentos é possível notar como o trem de força da Transit é perfeitamente equilibrado.

No trânsito a função “stard stop” (desliga-se tudo a cada parada total do veículo), dispositivo muito utilizado nos veículos de passeio mais modernos, além de economizar combustível te dá a sensação momentânea de estar em um carro elétrico (tamanho é o silêncio interno). Assistência de partida em rampa, altamente recomendado para veículos comerciais, também está ativo neste veículo.

No que diz respeito à dirigibilidade, a Transit fica com nota máxima. Como mencionado, a ergonomia é perfeita ao oferecer todos os controles ao motorista sem qualquer esforço. Tudo à mão. A alavanca para posicionamento dos modos de condução: parada, ré, neutro, automática e manual tem trocas curtas e suaves. Só faria uma sugestão: na sequência da alavanca, seria muito melhor, e mais intuitivo, colocar a função “automática” na última posição (que, neste caso, é onde a engenharia da Ford posicionou a função “manual”).

Ocorre que os motoristas, intuitivamente, puxam a alavanca totalmente para baixo buscando o modo automático. Mas ao fazer isso com a Transit, inadvertidamente, você aciona a função manual. Aconteceu isso em nosso teste comigo. Ao sair, observei o giro subir rapidamente. Estava em primeira marcha quando deveria estar em terceira. Foi quando notei que estava no modo manual. Aproveitei para fazer as trocas no próprio botão da alavanca. Que é perfeito. Funciona bem e com toques suaves as trocas vão se escalonando no modo manual.

No geral a Transit automática surpreendeu pelo alto conforto (inclusive para os passageiros) e excelente dirigibilidade. O computador de bordo com tela LCD de 4,2 polegadas colorida é de fácil manuseio. Itens extras de segurança como assistente de permanência em faixa, controle de cruzeiro adaptativo e assistente de frenagem autônoma acrescentam sensação extra de segurança não apenas ao motorista mas igualmente aos passageiros que, aliás, contam com cintos de segurança de três pontos.

Outro item que merece louvor é o ar-condicionado traseiro que funciona muito bem e consegue manter toda área dos passageiros muito bem refrigerada.

Enfim, é uma van que todo motorista profissional, que trabalha com escolar, fretamento ou turismo receptivo sonha ter. O valor sugerido deste modelo, 14+1, gira em torno de R$ 300.000,00. Quem sabe calcular corretamente custos e benefícios vai concluir que, entre as opções e preços disponíveis, certamente é um bom negócio.


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