Os três novos modelos apresentados na Fenatran já estão disponíveis para aquisição
Roberto Hunoff
Fotos XCMG, Divulgação
Com venda de caminhões elétricos no Brasil desde 2023, a XCMG ampliou a oferta com acréscimo de mais três modelos, além de um quarto movido a gás natural liquefeito. Desta forma, a montadora, com fábrica em Pouso Alegre (MG) para veículos da linha amarela e mineração, terá um portfólio formado por modelos com capacidade de carga de 10 até 80 toneladas. “Seremos a única montadora com uma linha completa de veículos elétricos, de leves a extrapesados. Trabalhamos há mais de um ano no desenvolvimento desses produtos para venda local”, afirma Ricardo Senda, gerente de veículos elétricos.
A comercialização dos novos modelos elétricos teve início já na Fenatran, onde a empresa apresentou as novidades. E a demanda será fator determinante na estratégia da definir o início da produção local. “Tendo um volume considerável de vendas não há porque não montar localmente. Acredito que isto seja possível em dois anos”, projetou o executivo. A fabricação ficará concentrada em Minas Gerais, com a construção de novas operações junto ao prédio atual, que foi erguido em um terreno de 1 milhão de metros quadrados.
O modelo E3-10T, com preço de R$ 450 mil, é indicado para companhias que realizam rotas urbanas. O veículo é enquadrado na categoria de VUCs, com indicação para atuar no last mile. Equipado com motor de 270cv de potência, 1.100Nm de torque máximo e 10 toneladas de peso bruto total (PBT), o caminhão tem autonomia de até 250km. “Estamos programando as primeiras entregas ainda neste ano”, anunciou o executivo.
O caminhão médio E7-18T, com preço de R$ 1,2 milhão, oferece 285cv de potência, 1.100Nm de torque máximo e 16 toneladas de PBT. Focado no transporte urbano, tem forte penetração na coleta de lixo e autonomia de 270km. Como principais itens, possui freios dianteiros com discos ventilados e ABS, controle eletrônico de tração e estabilidade, auto hold (imobiliza o veículo em aclives e declives), ar-condicionado digital, câmera de ré e luzes com LED diurno. “A gente vai ter uma demanda expressiva nos próximos anos para caminhão de lixo elétrico”, enfatiza Senda.
O caminhão-trator E7-80T, com preço de R$ 1,5 milhão, vem com 747cv de potência, colocando-o como um dos mais potentes do mercado brasileiro, além de render 2.800Nm de torque máximo. O peso total bruto combinado (PBTC) homologado é de 74 toneladas ou 80 toneladas de capacidade máxima de tração (CMT). Possui autonomia de até 250km, com variações em função da carga e da rota.
A marca ainda desenvolve outros tipos de tecnologias sustentáveis para a propulsão de seus veículos. Um dos modelos expostos foi o P9-560G para avaliar a receptividade dos compradores e não tem data para estrear no mercado nacional. Equipado com motor movido a GNL (gás natural liquefeito), o modelo desenvolve 560cv de potência (a mais elevada no país com esse tipo de combustível) e 2.600Nm de torque máximo, com câmbio de 12 marchas e tração 6×4. Possui PBTC de 74 toneladas e CMT de 80 toneladas. O tanque, acondicionado atrás da cabine, leva 1.350 litros.
De acordo com Senda, a fábrica de Pouso Alegre, que completou recentemente 10 anos, já monta 60 produtos diferentes. “Começamos importando há duas décadas. Com a demanda fomos nacionalizando e investimos na fábrica. Quando a demanda existe, não tem por que não começar a produzir”, reforça.
O executivo reconhece que um caminhão elétrico tem custo de venda até 30% mais caro do que um à combustão. Mas assegura que em função do custo operacional até 70% menor, o investimento pode ter retorno após 30 a 36 meses “Ele se paga tranquilamente”, reforça. Para auxiliar no financiamento, a marca conta com o suporte de banco próprio.
Inicialmente, a assistência técnica e as vendas dos caminhões elétricos serão concentradas na fábrica de Pouso Alegre, junto à estrutura de pós-venda dedicada para atender o mercado de licitações da linha amarela. Segundo estimativas, a marca tem sido vencedora em torno de 70% do que é licitado pelos governos neste segmento. “Temos em torno de 15 mil máquinas em garantia de fábrica para serviços e peças de reposição. Por ser um negócio específico e que nem todos conseguem fazer, o elétrico ficará com a fábrica, que tem esta capacidade. Dependendo da demanda, isto pode mudar”, aponta. Para atender o setor privado, são 45 distribuidores localizados em vários estados do Brasil.