Colodrão destaca início do segundo ciclo de movimentos da empresa no setor

A NSTech, maior plataforma de tecnologia para logística do Brasil, e a Praxio, hub de soluções em tecnologia para o transporte rodoviário de cargas e passageiros, anunciaram uma fusão e aumento de capital de R$ 500 milhões. A operação permitirá montar o mais completo ecossistema de empresas de tecnologia para logística e mobilidade da América Latina. O aumento de capital é liderado pela SK Tarpon, por meio da Niche Partners – polo da gestora focado em investimentos em empresas líderes em mercados de nicho – e da Greenbridge, gestora de private equity que investe globalmente em empresas de tecnologia.

De acordo com Valmir Colodrão, CEO da Praxio, a fusão dá início ao segundo ciclo de movimentos da empresa no setor. O primeiro foi entre 2015 (com a entrada do fundo europeu Greenbridge Partners e aquisições da Hivecloud, Autumn, Avacon) e dezembro de 2020, com a incorporação da Fusion. “Esse movimento consolida ainda mais nosso posicionamento. Hoje somos ERP, TMS, WMS, DMS, 3PL, marketplace e gestão multicanal de vendas de passagens, além de diversos recursos móveis que agilizam a operação e melhoram os resultados dos clientes. Com a NSTech ampliamos o trabalho para ser referência em transporte, logística e mobilidade”, comenta..

O movimento contribuirá para acelerar o crescimento das empresas, que será realizado de maneira orgânica e por meio de novas aquisições – 65% do capital serão usados para novas compras. Associando à estratégia de dívida, a capacidade para investimentos será de R$ 500 milhões, sobretudo nos mercados de passageiros, TMS, fintech e marketplaces, o que permitirá expandir a mais completa plataforma digital para a cadeia de transporte rodoviário de cargas e pessoas.

Com a fusão, a NSTech passa a atender seis principais clientes: transportadores de carga, embarcadores, motoristas, seguradoras e corretores de seguro especializados em transportes, além dos players voltados ao transporte de passageiros. O objetivo é oferecer uma solução simples e completa, que contribua para o crescimento dos clientes e os apoie na busca por melhor eficiência operacional nas soluções voltadas ao transporte rodoviário de cargas e passageiros. “Novos negócios com os atuais e potenciais clientes também serão facilitados com a fusão. Vamos também preparar a nova companhia para a abertura de capital, o que deve acontecer em até três anos”, afirma Vasco Oliveira, sócio da SK Tarpon e CEO da Niche Partners, que acumula mais de 20 anos de experiência no mercado de logística.

A fusão também permitirá à NSTech ampliar a liderança no setor de tecnologia para logística e mobilidade na América Latina, em pouco mais de oito meses, desde que realizou a sua primeira aquisição – a Buonny, empresa líder nacional no segmento de tecnologia para gerenciamento de risco e produtividade logística.

A NSTech chega a um ARR (Anual Recurring Revenue) de US$ 70 milhões, sendo mais de 90% em receita recorrente. A companhia passa a ter 28 mil clientes e 14 produtos – sendo oito na liderança – com alta margem bruta e muito espaço para crescimento orgânico. A plataforma contempla ainda a maior base de dados do setor, com mais de 1,8 milhão de motoristas cadastrados e R$ 12,5 trilhões de cargas averbadas por ano, além de mais de 90 milhões de cargas por mês. Para 2021, a NSTech projeta também atingir ebitda de aproximadamente R$ 100 milhões, sem contar eventuais novas aquisições.

Apesar do potencial IPO, os sócios das gestoras reforçam que o investimento na plataforma é de longo prazo. “O IPO é apenas uma etapa da jornada, que nos permitirá seguir expandindo a companhia para outros mercados, especialmente na América Latina”, comenta Eduardo Steinberg, sócio da Greenbridge. “Já operamos no México e daremos início à expansão na Colômbia, no Peru e Equador. Algumas de nossas soluções também têm alta aderência em mercados maduros, como Estados Unidos e Europa”, analisa Vasco Oliveira.

Solução para gargalos

A NSTech atua para combater um dos principais gargalos para o desenvolvimento do país: a ineficiência na malha de transportes. Para se ter uma ideia, atualmente o Brasil gasta mais de 12% do PIB com logística, contra aproximadamente 7% gastos pelos Estados Unidos. Cerca de 40% da frota roda vazia, sem carga.

O país figura ainda na terceira posição em roubo de cargas em ranking global, duas posições atrás do México que lidera a lista – e enfrenta alto volume de acidentes em estradas federais envolvendo caminhões: aproximadamente 20 mil por ano. Os dados são da NSTech, compilados de diversas fontes. Parte importante desse gargalo pode ser suprido por meio da tecnologia, que ajuda as empresas a terem mais produtividade, além de mitigar problemas como roubos e acidentes.

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