A universidade norte-americana Embry-Riddle e a C-Fly Aviation, empresa brasileira de consultoria aérea, anunciaram parceria para desenvolver a primeira Universidade do Ar do País. O projeto visa formar novos e qualificados profissionais diante da expectativa de crescimento do setor que Brasil e América Latina devem ter nos próximos anos.
A projeção aponta alta de 109% no transporte de passageiros e de 58% no de cargas até 2020. Assim, o setor, que atualmente emprega 1,2 milhões de pessoas, poderá necessitar de 660 mil novos trabalhadores para garantir o crescimento sustentável.
Até o final da década, o país deve se consolidar como terceira maior malha aérea do mundo e o setor aeronáutico poderá dobrar a participação no PIB e alcançar R$ 146 bi.
Para o presidente da ERAU, Dr. John Watret, a universidade retorna ao país para contribuir novamente com a aviação brasileira por meio do expertise globalmente reconhecido. Por isso, destaca que os estudantes brasileiros terão acesso ao conhecimento em atividades como “regulamentações, segurança, operações e administração que são indispensaveis na aviação para apoiar a conectividade e mobilidade no Brasil”.
A necessidade de formação da mão de obra é ainda mais urgente se somada à expectativa de aposentadoria da grande parte do atual quadro, e de maiores requisitos para admissão – tendência mundial que deve se repetir no País.
Segundo o presidente da C-FLY, Francisco Lyra, a Universidade do Ar se propõe apoiar a ANAC a modernizar o currículo para o ensino de competências e habilidades alinhadas com o presente. “Na aviação, a tecnologia evolui muito rapidamente. Então, o que se ensina hoje não assegura empregabilidade, pois estamos com o currículo congelado na década de 60”. O ônus de qualificar foi indevidamente transferido para o empregador.
O centro educacional ainda contará com um Aeroporto-Escola que deverá oferecer estágio prático supervisionado aos estudantes dos cursos a serem ofertados – que também contemplarão áreas relacionadas à gestão como administração de aeroportos e de linhas aéreas. As cidades de Belo Horizonte (MG), São José dos Campos, São Roque e Sorocaba (SP) já demonstram interesse em receber as futuras instalações do projeto.