covid-19
Desde o surto da COVID-19, o mundo vive momentos de incerteza e todos os países enfrentam uma economia em recessão. No setor de transportes, essencial para o abastecimento de todas as regiões, não é diferente. Serviços e indústrias já sentem o impacto da crise econômica, mas ainda é difícil de prever suas proporções.

Impacto da COVID-19 nos transportes

A pesquisa da CNT para levantar o impacto da COVID-19 no transporte mostra que mais de 90% dos transportadores estão pessimistas em relação ao futuro e avaliam que a pandemia do novo coronavírus terá impacto negativo em suas empresas, segundo a Pesquisa de Impacto no Transporte covid-19, da Confederação Nacional do Transporte. O levantamento mostra que 85,3% das empresas transportadoras perceberam redução em sua demanda em março de 2020 na comparação com igual mês nos anos anteriores.

Dos transportadores entrevistados, 70,7% já estão enfrentando problemas de caixa e severo comprometimento da capacidade para realizar os pagamentos correntes, como a folha de pagamentos e os fornecedores. Além disso, 53,7% das empresas têm recursos para, no máximo, um mês de operação, sendo que 28,2% não suportam 30 dias sem apoio financeiro adicional.

Para 69,6% dos empresários consultados, os efeitos da crise serão percebidos por mais de quatro meses. Mesmo diante do cenário adverso, as empresas do setor têm ajustado suas rotinas de trabalho de forma a manter seus empregados. A pesquisa mostra que 34,1% das empresas alternaram os funcionários em turnos de trabalho; 32,1% concederam férias coletivas; e 29,5% utilizaram banco de horas. Diante das dificuldades, contudo, 22,2% já realizaram demissões em março de 2020.

Para 51,9% dos transportadores consultados pela CNT, a medida mais importante para aliviar o problema de fluxo de caixa durante a crise é a disponibilização de linhas de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas (incluindo capital de giro) de forma ampla e sem restrição ao porte da empresa. Também foi lembrada por 43,3% das transportadoras a suspensão da cobrança do PIS e da Cofins.

“É inegável que a crise da covid-19 deixa os transportadores em uma situação de extrema dificuldade. Por isso, é urgente que o governo apresente planos de retomada gradual da economia – sempre conciliando a preservação da vida dos brasileiros com a sobrevivência das empresas, que são a base da sustentação socioeconômica do país”, declara o presidente da CNT, Vander Costa.

No caso das transportadoras, segundo o presidente da Confederação, as ações governamentais precisam ter uma atenção especial. “Iniciativas como disponibilização, às empresas de transporte, de linhas de crédito e flexibilização na cobrança de impostos são imprescindíveis para que não haja interrupções na prestação dos serviços. Esse é o principal caminho para assegurar o abastecimento das cidades e a mobilidade das pessoas durante a pandemia. ”

Impacto da COVID-19 na indústria automotiva

covid-19O avanço da COVID-19 derrubou números da indústria automotiva em quase 90% no final de março, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgados no dia 06 de abril.

“Tivemos dois momentos bem distintos em março. Até o começo da segunda quinzena, as vendas estavam em alta, com crescimento de 9% no acumulado do ano, em relação ao ano passado. Mas o avanço da pandemia em nosso país foi provocando a interrupção das atividades nas fábricas e nas concessionárias, fazendo com que fechássemos o mês com queda de 8% no acumulado do ano”, explicou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea.

Observando março de 2020 como um todo, a queda em relação ao mesmo mês de 2019 foi de 21% para produção, licenciamentos e exportação, coincidentemente. Na comparação com fevereiro, a retração foi de 18% nos emplacamentos e nas exportações, e de 7% na produção.

COVID-19 atingiu também o setor produtor de implementos rodoviários

A paralisação dos negócios causada pela pandemia de COVID 19 atingiu também o setor produtor de implementos rodoviários, interrompendo a espiral de crescimento registrada no primeiro bimestre de 2020. De janeiro a março, o total de emplacamentos foi de 25.351 unidades ante 25.547 produtos no primeiro trimestre de 2019. Isso representa recuo de 0,77%.

“Os emplacamentos de abril deverão trazer com mais força os efeitos da queda no desempenho da economia causada pela pandemia”, explica Norberto Fabris, presidente da ANFIR-Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários. “Entendemos que todas as medidas para combater o vírus são necessárias e aceitamos as perdas materiais ao invés da perda de vidas”, afirma e completa: “teremos um período difícil pela frente”.

No segmento dos Pesados, que completou sua recuperação em 2019, registrou variação negativa. Nos primeiros três meses de 2020 foram emplacados 13.171 implementos rodoviários, contra 13.969 produtos no mesmo período do ano passado o que representa recuo de 5,71%.

Já o segmento Leve apresentou variação positiva no primeiro trimestre de 2020 de 5,2%. No período o mercado adquiriu 12.180 unidades ante 11.578 produtos distribuídos no primeiro trimestre de 2019.

Indústria presente

A indústria de implementos rodoviários tem feito sua parte para enfrentar a crise causada pelo coronavírus. O foco principal tem sido apoiar seus colaboradores e suas respectivas famílias e comunidades.

“Nosso pessoal é bastante consciente e atua como multiplicador de ideias no combate à pandemia”, afirma o presidente da ANFIR. O setor emprega 45 mil colaboradores em 138 empresas associadas presentes em 17 dos 26 estados brasileiros. A localização das empresas varia de regiões metropolitanas a municípios pelo interior do Brasil.

“Nesse momento é muito importante evitarmos que o vírus se alastre comprometendo a saúde das pessoas”, alerta Fabris e conclui: “o Brasil vai continuar depois da pandemia e nós faremos nossa parte para recuperá-lo, junto com nossos colaboradores, parceiros, clientes e fornecedores”.

Leia também: Possíveis legados da Covid-19, incluindo o transporte

 

 

 

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