Organizações usarão rebocadores da Wilson Sons como coletores de dados para elevar a eficiência das operações marítimas e portuárias

Redação TranspoData

Porto RS, Divulgação

A DockTech, startup israelense, celebrou com a Portos RS um novo marco do setor no país. Trata-se do primeiro contrato comercial de uma autoridade portuária, a Portos RS, responsável pela administração dos portos públicos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, com uma startup, que desenvolve tecnologias inovadoras de monitoramento em tempo real das profundidades do leito marítimo, com o objetivo de aumentar a eficiência e a segurança das operações marítimas e portuárias.

Fundada pelo empreendedor e ex-oficial da Marinha Israelense, Uri Yoselevich, a DockTech, por meio da tecnologia de gêmeos digitais e análise massiva de dados, desenvolveu uma solução que utiliza as medições de profundidade coletadas por rebocadores e embarcações de apoio portuário para criar uma representação virtual do leito marinho dos portos e vias de navegação. Desta forma, a solução permite acompanhar em tempo real a profundidade dos canais e entender como o padrão de assoreamento dos portos pode afetar a segurança da navegação e o transporte de cargas.

Após dois anos de colaboração, testes e coleta de dados, o sistema monitora o leito marítimo e hidroviário das vias de navegação dos complexos portuários administrados pela Portos RS por meio dos rebocadores da Wilson Sons e outras embarcações que operam na região. Foram instalados dispositivos nas embarcações, envolvendo a integração da solução tecnológica com sensores de maré e dados AIS (automatic identification system, sistema de identificação automática em português), além de toda a configuração de marés, zoneamento e demarcações no sistema.
A autoridade portuária ressalta que o controle e acompanhamento dos assoreamentos dos canais de navegação possibilitará que as equipes técnicas obtenham informações de forma mais ágil e precisa. Segundo a Portos RS, com a ferramenta será possível fazer intervenções pontuais, onde os assoreamentos são mais graves, gerando grande economia com os custos dessas obras.
A DockTech possui operações ativas em nove países, contabilizando 122 embarcações que fazem o monitoramento em 35 localidades. “Com o uso da tecnologia, temos o propósito de evitar custos desnecessários por meio de um planejamento mais assertivo das dragagens e do comportamento do leito marítimo, permitindo também que mais carga seja embarcada nos navios com ainda mais segurança”, afirmou Uri Yoselevich.

A Wilson Sons está há mais de três anos cooperando com a startup, disponibilizando sua frota para coletar os dados de profundidade em todos os portos em que opera ao longo da costa brasileira. “A tecnologia desenvolvida pela DockTech é capaz de coletar dados em tempo real, 24 horas por dia, mapeando as variações no leito marítimo. Com o sistema da startup, a Portos RS terá visibilidade das condições de profundidade das hidrovias sob sua jurisdição, antecipando ocorrências de assoreamento e restrições de calado dos navios”, destaca Eduardo Valença, diretor de transformação digital da Wilson Sons.

A Portos RS é responsável pela administração de mais de 754 quilômetros de vias navegáveis dos portos públicos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre. Em 2022, quase 40 milhões de toneladas de cargas foram movimentadas nesses portos.

No Brasil, a startup monitora portos por meio da frota de mais de 80 rebocadores da Wilson Sons. Em dezembro de 2021, foi assinado acordo de cooperação técnica com a Autoridade Portuária de Santos para uso da tecnologia no maior complexo portuário da América Latina. A startup também tem cartas de intenção para aplicação da solução em portos como Imbituba e São Francisco do Sul (SC) e Paranaguá (PR).

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