Sistema é a aposta da empresa para a descarbonização nos veículos pesados

Redação TranspoData

Foto GWM, Divulgação

A principal atração da GWM no evento Veículo Elétrico Latino- Americano, realizado de 5 a 7 de outubro, em São Paulo, foi o sistema de célula a combustível que utiliza hidrogênio (H2) para abastecer veículos pesados com motores elétricos. A empresa é uma das mais adiantadas no desenvolvimento desta tecnologia no mundo. “Os veículos elétricos a célula de hidrogênio são uma solução promissora para descarbonizar a frota de caminhões pesados em substituição ao diesel”, destaca Oswaldo Ramos, CCO da montadora.

A nova tecnologia já foi inclusive testada na China e nos países em que a FTXT possui centros de desenvolvimento: Japão, Alemanha e Canadá. A FTXT é uma subsidiária da GWM especializada no ecossistema de hidrogênio, comprometida em promover o desenvolvimento sustentável com redução das emissões de carbono. Seu foco, atualmente, está no mercado de célula a combustível alimentada com hidrogênio.

A GWM já iniciou estudos para inaugurar a partir do ano que vem uma rota de caminhões movidos a hidrogênio, no estado de São Paulo, visando colaborar com a descarbonização da frota de veículos de carga a diesel no Brasil. Para isso, a autotech brasileira assinou, em abril, um termo de engajamento com a InvestSP, agência de promoção de investimentos do Governo de São Paulo, que tem ajudado na agenda da transição energética.

Na avaliação da empresa, os caminhões movidos a célula a combustível darão escala para a criação da infraestrutura para abastecimento. A longo prazo, a GMW projeta usar a tecnologia também nos automóveis de passeio. Uma estação para carregamento de um veículo que utiliza o hidrogênio custa em média cerca de R$ 8 milhões.

Entre as principais vantagens do sistema estão a zero emissão de gases de efeito estufa e zero emissão de poluentes e particulados, além de oferecer aos veículos uma autonomia de 500km e abastecimento rápido, equivalente ao de um veículo convencional. Enquanto isso, um caminhão a diesel emite 770 gramas de CO2 por quilômetro rodado.

Fontes variadas

Uma das vantagens de explorar essa tecnologia no Brasil é que o hidrogênio pode ser obtido por várias rotas tecnológicas renováveis e de baixa intensidade de carbono. Atualmente, mais de 90% do combustível é produzido a partir do gás natural, que é conhecido como hidrogênio cinza. Já o hidrogênio verde é aquele que vem de fonte renovável, que não gera CO2. É o caso do hidrogênio gerado a partir da eletrólise da água, que usa energia solar ou eólica. Também é possível obter o hidrogênio a partir da reforma do etanol, outra fonte renovável.

O hidrogênio não é tóxico e se destaca por sua alta densidade energética: um quilo de hidrogênio tem quase três vezes a energia de um quilo de gasolina. Outra vantagem é que sua produção ocorre de forma silenciosa, não contribuindo para a poluição sonora.

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria apontou que o Brasil tem capacidade para se consolidar como um produtor global de hidrogênio de baixa carbono, criando novos empregos, atraindo tecnologias de última geração e investimentos e promovendo novos modelos de negócios. Com isso, o país pode ocupar uma posição estratégica, sendo o principal produtor de hidrogênio de baixo carbono do mundo.

 

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