Com toda a produção deste ano já vendida, e-Delivery prova que, mesmo sendo um produto ainda caro, a decisão de produzi-lo no Brasil foi acertada.

Mais rápido do que se imaginava, caminhão elétrico no Brasil virou objeto de desejo das grandes transportadoras que oferecem logística Premium aos embarcadores que precisam prestar contas sociais e ambientais à sociedade. A Pauta ESG que, de modo bem didático e resumido, é uma espécie de documento em que empresas se comprometem a observar e respeitar questões sociais, ambientais e, também, de gestão mais humana e ética, está em voga em todo o mundo.

Quem é signatário ganha status e se credencia para ser fornecedor de empresas multinacionais. Isso significa, naturalmente, engordar o faturamento. Por isso cada vez mais transportadoras de grande porte são pressionadas por embarcadores para ter uma operação “carbono zero”. E, com essa nova pegada ambiental, as perspectivas para veículos comerciais elétricos se tornam bastante interessantes em todo o mundo, inclusive no Brasil.

“Empresas que precisam cumprir as rigorosas normas ambientais previstas na Pauta ESG estão nos procurando e demonstram grande interesse no e-Delivery (o caminhão elétrico da Volkswagen)”, comenta Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus. De acordo com o executivo, contando 90 dias do lançamento oficial do produto, mais de 200 unidades já foram comercializadas no Brasil, praticamente esgotando a capacidade de produção deste modelo para este ano.

Logo no lançamento, em julho passado, 100 modelos elétricos foram prontamente encomendados pela Ambev (sendo divulgado pela montadora que a intenção da cervejeira é adquirir 1,6 mil unidades até 2025). 20 outras unidades foram acertadas com a Coca-Cola Femsa e mais uma com o frigorífico JBS.

“Um começo bastante promissor e até outubro fechamos mais 79 outras unidades para diversos outros clientes em todo o Brasil. Isso demonstra, claramente, que acertamos e antecipamos uma tendência irreversível no Brasil por caminhões elétricos para atuar em distribuição urbana”, comenta Alouche.

Para este ano a linha de produção de Resende, RJ, não tem mais condições de entregar caminhões e-Delivery. Os interessados podem fazer pedido, mas só vão começar a receber a partir do ano que vem. Por ora são dois modelos disponíveis: de 11 toneladas, versão 4×2, e de 14 toneladas, versão 6×2.

A versão mais simples, com três pecks de baterias, sai por 780 mil reais (preço de um pesadão topo de linha) e a versão maior, com seis pecks de baterias, custa 980 mil reais (daria para comprar dois pesados mais básicos). O que pesa no preço dos veículos elétricos são, ainda, o valor das baterias (ainda importadas) que representam quase 50% do custo desses produtos. Além disso, as baterias são pesadas (190 quilos cada uma) e o pacote com seis agrega 1,1 tonelada ao peso do caminhão.

Todas as versões são equipadas com o mesmo motor elétrico de 408 cv de potência (300 kW) e 219 kgfm de torque. Andar no e-Delivery é uma experiência incomum ainda nesta década, mas pode se tornar muito comum na próxima. Como todo elétrico, é um veículo extremamente silencioso (só se ouve o zunido da corrente elétrica). E o torque elevado entrega potência máxima ao menor toque no acelerador.

Além disso, a Volkswagen calibrou melhor a suspensão pneumática (muito em função do peso das baterias) o que torna a condução muito mais suave e confortável. Para entregas urbanas é um veículo que oferece dois requisitos muito valiosos: agilidade e conforto.

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