Pontos de descanso

Valor do frete consolida defasagem de 13%

Índice foi apurado em estudo realizado pela NTC&Logística

Redação TranspoData

Foto Divulgação

Apesar de um ano com os custos sem grandes variações e com o mercado relativamente aquecido, o ambiente foi insuficiente para recompor a defasagem do valor do frete acumulada nos últimos anos no setor de transporte rodoviário de cargas (TRC). A última sondagem feita pelo Decope/NTC indica defasagem média de 13%, sendo de 10,6% no transporte de carga fracionada e de 14,7% na modalidade lotação.

O Índice Nacional de Custos de Transporte, que mede a inflação do serviço de transporte de carga, reflete bem essa situação. A variação no ano passado de 4,86% na carga fracionada e de 6,7% para a lotação ficou próxima da inflação geral medida pelo IPCA, de 4,83%. No entanto, quando comparada com o acumulado dos últimos três anos a diferença é significativa, alcançando 12,93% na lotação e 3,27% na fracionada.

Outros componentes que pesam na formulação do preço também tiveram altas relevantes. O combustível, antes do recente anúncio de aumento pela Petrobras, em 31 de janeiro, estava praticamente estável nos 18 meses anteriores. Considerando os últimos três anos, já acumula alta de 12,6%. O preço do caminhão é outro exemplo: variou 5,8% no último ano, porém, em 36 meses, o acumulado atingiu 51,6%.

Em nota, a NTC&Logística ressalta que a complexidade da cobrança do frete pelo transportador, com seus diversos componentes tarifários e taxas complementares, imposta pela dificuldade operacional, também acaba sendo prejudicial. De acordo com a entidade, são muitos os contratantes que ainda não remuneram adequadamente o transportador pelo serviço prestado e pelas situações anormais, assim como pelos serviços específicos adicionais. “Estas situações acarretam custos adicionais, que são cobertos por meio de componentes tarifários básicos como frete-valor, GRIS (taxa agregada ao frete para proteger a carga), TSO (taxa de seguro obrigatório) e demais generalidades que assumem importância vital para a saúde da empresa”, frisa.

Dificuldades no horizonte

A entidade vislumbra um mercado difícil em 2025. Destaca que o ano começou com forte pressão sobre os custos, tendo como motivadores o início do processo de transição da reoneração da folha de salários; o aumento do diesel, anunciado e já aplicado pela Petrobras; e a decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária de elevar o ICMS sobre o diesel. “Esses exemplos não estão na defasagem apurada de 13%, pois surgiram depois de finalizada a pesquisa. A estimativa é que estes fatores adicionem, em média, 3,7%”, reforça.

A isto, segundo os gestores da NTC/Logística, soma-se a renitente inflação e a elevação da taxa de juros no país, agora em 13,25%. Ambos obrigam o transportador a manter atenção na concessão de prazos, que tem elevado o custo financeiro, o qual deve ser repassado aos contratantes considerando a negociação quanto à forma de pagamento em cada um. As planilhas do Decope/NTC não incluem o custo financeiro.

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