Ano de 2023 consolida produtos com maior capacidade de carga e a viabilidade da locação

Roberto Hunoff

Foto Pedro Henrique Tesch, Divulgação

A indústria nacional de implementos rodoviários emplacou 151.041 unidades no ano passado, recuo de 2,4% na comparação com 2022, e consolidou um novo modelo de mercado, com a presença de produtos com maior capacidade de carga, assim como as operações de aluguel de equipamentos. O desempenho negativo foi provocado pela linha de carrocerias sobre chassis, que apurou queda de 15%, com a venda de 60.719 unidades. Já o segmento de veículos rebocados consolidou alta de 8,6%, chegando a 90.322 equipamentos entregues. “Mesmo vendendo menos, tivemos um ano rentável”, definiu José Carlos Sprícigo, presidente da ANFIR (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários).

A venda de produtos equipados com 4º eixo, elevando a capacidade de carga, é apontado pelo dirigente como fator preponderante para sustentar a rentabilidade dos negócios. Outro ponto importante para o resultado foi o mercado de aluguel. “Alugar um implemento rodoviário, ao invés de adquiri-lo, permite agilidade em algumas operações logísticas”, explica. Ele cita que agronegócio e construção civil foram os segmentos que lideraram as aquisições de implementos rodoviários, condição que deve se manter em 2024, quando a entidade espera repetir os números do exercício passado.

No mercado externo, o setor computa alta de 8%, no acumulado de janeiro a novembro. O total embarcado é de 5.402 unidades.

Alta nos veículos pesados

Dentre as 14 famílias de reboques e semirreboques vendidas no ano passado, nove performaram positivamente. A liderança segue com os modelos basculantes, com a venda de 24.505 unidades, alta de 2,4%. Em 2024, a tendência é que esta posição não se mantenha. Os equipamentos graneleiro e carga seca avançaram 44%, para 21.226 emplacamentos. O melhor desempenho foi registrado nas vendas de tanques inox, de 135,5%, com 712 unidades. O pior resultado, de 32,5% foi apurado no mercado de transporte de toras, com entrega de 2.628 veículos.

Baixa nos produtos leves

No mercado de carrocerias sobre chassis apenas uma família, dentre as sete vendidas, apresentou desempenho positivo, ainda assim mínimo, de 0,28%. O produto baú lonado somou 358 vendas, o menor volume dentre as famílias. Na liderança do ranking, com 24.806 emplacamentos, o baú alumínio/frigorificado apurou recuo de 3%. O pior desempenho foi apurado na linha de basculantes, queda 33%, para 1.065 unidades.

Projeção positiva para 2024

 Este ano terá a marca de mais uma Fenatran, considerada a maior feira de logística da América Latina e principal polo de reunião de todo o setor de transporte de carga. “Tradicionalmente, é um evento impulsionador de vendas para o setor. Com isso, podemos dizer que a expectativa para o ano é boa”, salienta José Carlos Sprícigo.

Outro aspecto importante que deverá influenciar o desempenho do setor são os investimentos em obras anunciados no Programa de Aceleração do Crescimento. Para o presidente da ANFIR, a política gradual de redução de juros é sinal claro em favor do acesso ao crédito para aquisição de equipamentos, mas pondera que ela não pode estar dissociada de ações que levem à redução da inadimplência e do endividamento das empresas, como também a uma gestão mais preocupada com os gastos públicos.

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