Veículos rebocados têm o melhor mês da história

Em outubro, indústria entregou 8.997 reboques e semirreboques

Roberto Hunoff

Foto Samuel Zulianelo, Divulgação

A indústria de implementos rodoviários registrou em outubro seu melhor mês de vendas no segmento de pesados desde 2004, quando a estatística começou a ser computada. Foram 8.997 emplacamentos. “Temos um mercado forte e comprador que está renovando a frota com a aquisição do 4º eixo por sua maior capacidade de carga e adaptação às necessidades operacionais”, avalia José Carlos Spricigo, presidente da ANFIR (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários).

Os principais clientes estão no setor do agronegócio, especialmente as transportadoras de grãos. O dirigente aponta também o segmento de locação como outro fator impulsionador das vendas. “A indústria já identificou compras significativas realizadas por vários players atentos para ofertar esses produtos ao mercado”, explica.

A soma das vendas de pesados e leves torna outubro o segundo melhor mês do ano, com 13.911 unidades emplacadas. O melhor mês ainda é março, quando a indústria entregou 14.850 unidades.

No acumulado de 10 meses, o setor totaliza 125.087 emplacamentos, recuo de 3% na comparação com igual período do ano passado. A área de pesados consolida alta de 8,5%, com 74.821 unidades. Já as vendas de chassis sobre carrocerias mantêm a curva descendente, acumulando 16% de queda e 50.226 entregas. “O mercado tem seus motores principais, como agronegócio e construção civil, mas outros segmentos, notadamente os ligados ao comércio urbano, não estão no mesmo ritmo. Como resultado, temos essa falta de uniformidade no desempenho”, argumenta o presidente.

No segmento de pesados, das 15 famílias, nove sustentam altas. O modelo graneleiro/carga seca segue com avanço forte, de 42,5%, e 17.179 emplacamentos, enquanto o produto líder, basculante, recua 0,5%, para 20.579 unidades. O mercado de tanques também cresce de forma robusta: 166% em inox, com 569 entregas; e 42% em carbono, com 5.306 unidades. O declínio mais contundente, de 38,5%, é no material para transporte de toras, com 2.166 emplacamentos.

Das sete famílias de carrocerias sobre chassis, seis tiveram resultado negativo. O mais expressivo, de 34%, atinge o modelo betoneira, com 863 unidades. O equipamento mais vendido, o baú alumínio/frigorífico, tem baixa de 5%, com 20.125 entregas. O dado positivo está no baú lonado, com 8%, e venda de 312 unidades.

A redução da Selic para 12,25% ao ano era aguardada pelo setor de implementos rodoviários. Um dos efeitos da medida é tornar o crédito mais acessível às empresas, porém ainda suficiente para alavancar os negócios. “Só a concessão de crédito mais barato não age sozinha como agente impulsionador do mercado”, adverte Spricigo. Ele assinala que é importante criar condições para que as empresas possam reduzir seus níveis de inadimplência e endividamento, gerando um ambiente de negócios sustentável. A entidade estima que até o final do ano a Selic poderá chegar a 11,75%, o menor nível desde maio de 2022.

Volumes totais por mês no ano

Janeiro – 11.655

Fevereiro – 11.024

Março – 14.850

Abril – 10.809

Maio – 12.751

Junho – 11.874

Julho – 12.077

Agosto – 13.758

Setembro – 12.378

Outubro – 13.911

Fonte: ANFIR

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