Nos mais de 1,1 mil quilômetros de linhas, transporte urbano sobre trilhos recebeu perto de 2,5 bilhões de usuários

Redação TranspoData

Foto Divulgação

Os sistemas de metrô, trem urbano, veículo leve sobre trilhos (VLT) e people movers brasileiros registraram aumento de 6% na quantidade de passageiros transportados no ano passado, alcançando 2,48 bilhões de pessoas. Os dados fazem parte do Balanço do Setor Metroferroviário de Passageiros 2023, elaborado pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).

Do total, 65% dos passageiros utilizam o transporte público sobre trilhos por motivo de trabalho e o crescimento da demanda segue o desenvolvimento do país, que registrou queda de 7,8% na taxa de desemprego, a menor desde 2014, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “A demanda de passageiros no transporte sobre trilhos permanece abaixo do patamar de 2019 e sugere uma mudança no comportamento da mobilidade nas cidades, que vai além dos efeitos remanescentes da pandemia. Os novos formatos de trabalho, com a possibilidade de atuação híbrida e remota, e o crescimento das compras pela internet estão mudando as formas de deslocamentos da população”, explica Joubert Flores, presidente do Conselho da ANPTrilhos.

Em relação à rede de atendimento, a expansão ficou abaixo do esperado com crescimento de apenas 4,1 km nos sistemas de Natal (RN) e Salvador (BA). A extensão da malha metroferroviária alcançou 1.133,4 km, divididos em 307 km de metrô, 536 km de trem urbano, 274 km de VLTs, 14 km de monotrilho e 0,8 km de people mover. A Região Sudeste concentra 62,1% da extensão da malha nacional, com 704,3 km, seguida das regiões Nordeste (30,5%), Sul (3,9%) e Centro-Oeste (3,5%).

Projetos e perspectivas 

Nos últimos cinco anos, a expansão da malha urbana de transporte de passageiros sobre trilhos foi moderada, com a adição de 38 km de trilhos, o que representa menos de 2% no acumulado do período. Para os próximos cinco anos, as perspectivas são mais otimistas. Considerando apenas as obras em andamento, o crescimento poderá alcançar 66 km e 59 estações. Desse total, 20 km e 17 estações estão programados para 2024.

Embora o resultado esteja longe de suprir o déficit existente, o presidente avalia que existem sinais positivos, não só pelo governo federal, com a retomada do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), mas também pelas iniciativas dos governos estaduais e municipais. Cita, como exemplo, o leilão do Trem Intercidades São Paulo-Campinas, realizado em fevereiro deste ano.

Quanto ao Novo PAC, o dirigente espera investimento de R$ 48,8 bilhões em mobilidade urbana. Estes recursos abrangem 13 projetos metroferroviários, dentre estudos, retomadas, conclusões e novas obras, além da seleção de novos projetos em âmbito nacional, aguardada para este ano.

Paralelamente, o Brasil prepara-se para desenvolver uma carteira de projetos de transporte de média e alta capacidade para as 21 regiões metropolitanas com população superior a 1 milhão de habitantes. Essa carteira será um dos resultados do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, também programado para iniciar em 2024.

O setor metroferroviário mantém sua performance de atendimento à população com índice de 97,6% de regularidade e 98,6% de confiabilidade, em 2023. O resultado é atribuído à atuação dos mais de 40 mil profissionais que trabalham no setor e que dedicaram 14 milhões de horas de trabalho à manutenção dos sistemas. O documento completo está disponível em https://anptrilhos.org.br/balanco-do-setor-2023.

 

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