De acordo com pesquisa do IBGE, setor segue em expansão a despeito da retração econômica.
A última divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), lançada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 12 de abril de 2022, mostrou que o transporte continua em uma tendência de crescimento, sendo a quarta divulgação em que o setor se mantém em ascensão.
A PMS produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento do setor de serviços do país, levando em conta a receita bruta de serviços nas empresas com 20 ou mais pessoas ocupadas, excluindo as áreas de saúde e educação.
Considerando a variação mensal, o volume de serviços do transporte apresentou aumento de 2,0% em fevereiro e a PMS geral, queda de 0,2%. No acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, o transporte cresceu 14,5% e o índice geral, 8,4%.
De acordo com os dados, o setor aponta para uma recuperação dos efeitos da covid-19, já que os números são maiores do que o período pré-pandemia. O destaque é para o setor aquaviário, que fechou fevereiro de 2022 com o volume de serviços 23,1% acima do período antecedente à crise sanitária. O transporte terrestre e a armazenagem, serviços auxiliares e correio também têm superado o seu volume de serviços do período anterior ao agravamento das medidas de isolamento social, estando 14,2% e 15,7% maiores, respectivamente.
O segmento que apresenta maior dificuldade é o aéreo, que sofreu de maneira mais intensa os efeitos do isolamento social, com a diminuição brutal no deslocamento de pessoas. O modal conseguiu superar apenas em janeiro desse ano o desempenho pré pandêmico, mas logo em seguida retraiu-se 3,5%.
A partir do último mês de fevereiro, o IBGE disponibilizou o volume de serviços por tipo de transporte (de pessoas ou de cargas). A partir daí foi possível observar de maneira mais ampla a situação do transporte nos últimos dois anos.
O volume do transporte de cargas diminuiu no começo com o avanço da covid-19, mas em razão da essencialidade do serviço, logo se recuperou, superando os níveis anteriores. A situação do transporte de pessoas é diferente, já que o volume foi bem fiel aos avanços e recuos da pandemia no País. Sua recuperação tem sido mais demorada, devido às mudanças de hábitos, receios em relação ao retorno às atividades presenciais, aumento do teletrabalho, entre outros fatores.
Durante esses dois anos, o segmento rodoviário de passageiros, disponibilizou frota maior que a demanda, a pedido do poder público. O que acabou gerando grandes prejuízos para as empresas do setor. Segundo levantamento da Associação das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), entre março de 2020 e fevereiro de 2022, o prejuízo era de cerca de R$ 25,7 bilhões. Atualmente, o volume de serviços do segmento se encontra 6,2% abaixo do período antes do vírus.
Apesar da melhora no setor, o crescimento da inflação permanece como um fator de preocupação e o aumento no preço dos insumos, principalmente a gasolina, pode influenciar no volume de serviços do setor.
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