Retomada da produção, ampliação de mix de produtos e reestruturação da estratégia de negócios contribuem com números históricos
Roberto Hunoff
Marcopolo, Divulgação
A Marcopolo, de Caxias do Sul, RS, encerrou 2022 com resultados que confirmam a retomada da atividade no transporte de passageiros, com a recuperação da produção e a reabertura do mercado no período pós-pandemia. No ano, a empresa registrou lucro líquido de R$ 436,8 milhões, crescimento de 21,9% na comparação com o exercício anterior e margem líquida de 8,1%. O EBITDA alcançou R$ 385,6 milhões, com margem de 7,1%. De acordo com a companhia, os indicadores foram afetados positivamente pelo melhor ambiente de mercado, com evolução de volumes e do mix de vendas, aumento nas margens a partir do repasse de custos e pela maior diluição de despesas.
O desempenho reflete a produção global consolidada de 14.725 unidades, aumento de 31,1%. Do total, 86,6% foram produzidas no Brasil e 13,4% nas operações no exterior. A receita líquida consolidada de R$ 5,4 bilhões superou em 54,8% o valor registrado em 2021. O mercado interno gerou receita de R$ 3,1 bilhões, representando 58,7% do total, quase sete pontos acima de 2021. No Brasil foram entregues 10.161 ônibus, crescimento de 39%.
Já os valores externos, resultado da soma das exportações diretas a partir do Brasil e dos negócios das operações em outros países, avançaram 7,7%, para R$ 2,2 bilhões, equivalente a 41,3% do total, abaixo dos 49% do ano anterior. Para exportação foram embarcadas 2.027 unidades no Brasil, 7,7% acima de 2021. Segundo informações da fabricante, o cenário político e econômico de mercados importantes da América do Sul foi determinante na limitação do crescimento externo, que poderia ter sido ainda maior.
As cinco operações do exterior entregaram 2.063 unidades, recuo de 15,8%. México e Argentina tiveram os piores desempenhos, com baixas respectivas de 36,3% e 18%. África do Sul, Austrália e China apuraram números positivos de 11,7%, 19,3% e 230%. A produção nestas unidades também foi menor, 19,3%, com 1.978 carrocerias.
A retomada do mercado, evolução do mix de vendas e o acréscimo de volumes de produtos com maior valor agregado ajudaram a companhia na recomposição das margens e na manutenção da liderança de mercado de carrocerias para ônibus, com uma participação de 53,5%, mas inferior a 2021, que foi de 56,9%. A perda se deu nos segmentos de ônibus rodoviários e micros, com recuos para 44,7% e 61,1%, respectivamente. Em urbanos, cresceu mais de oito pontos, para 50,8%. “Os números reforçam que começamos a colher os frutos de um plano de transformação cultural e estrutural que promovemos nos últimos dois anos. Otimizamos os investimentos, reestruturamos as operações e apresentamos ao mercado lançamentos, como a Geração 8 de veículos rodoviários e o Attivi integral, um ônibus 100% elétrico com chassi e carroceria da marca”, James Bellini, CEO da Marcopolo.