Implementadores apontam indefinições do governo para momento de estagnação

Nos primeiros cinco meses do ano, atividade acumula recuo pouco acima de 1%

Redação Transpodata

Foto Divulgação, Banco de Dados

A indústria de implementos rodoviários aguarda a entrada em vigor do arcabouço fiscal, medida proposta pelo governo federal para controle do endividamento público focado no equilíbrio entre arrecadação e despesas. “O momento é de reflexão para acompanhar como a economia brasileira vai se comportar após a medida ser implementada efetivamente”, explica José Carlos Spricigo, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (ANFIR). O dirigente avalia que, em tese, o arcabouço fiscal pode trazer reflexos positivos à economia, como controle da inflação e queda na taxa de juros.

A perspectiva de PIB positivo em 2023 é outro fator que é visto com cautela pelo setor. O balanço divulgado pelo IBGE relativo ao primeiro trimestre aponta crescimento de 1,9%. A estimativa para o ano, divulgada pela Federação das Indústrias de São Paulo, aponta para alta de 2,6%, o que estimula os investimentos e a manutenção da recuperação do setor de implementos rodoviários e caminhões.

Fora do padrão histórico

De janeiro a maio, a indústria soma 61.095 emplacamentos, recuo de 1,33% na comparação com igual período do ano passado. Chama atenção uma alteração no padrão histórico de vendas de implementos no segmento de pesados. A relação é de 1,7 equipamento para cada caminhão vendido, situação fora do padrão histórico. “O mercado está desequilibrado. Acredito que em face ainda das mudanças que estamos vivendo na política econômica e reflexo da chegada do Proconve 8. Historicamente, a relação tem sido de 1,3 implemento para cada caminhão comercializado”, explica José Carlos Spricigo. Nas carrocerias sobre chassi, a relação de 1,1 para cada caminhão vendido está mais ajustada ao padrão histórico.

O segmento de pesados consolida a venda de 34.776 unidades, incremento de 4,44%, enquanto na atividade de carrocerias sobre chassi a queda é de 8%, para 26.319 entregas. Dentre as 14 famílias de reboques e semirreboques, apenas seis apuraram altas. Os tanques em inox avançaram 171%, somando 252 unidades. Produto mais vendido, o basculante opera no vermelho, de 2,5%, e 9.801 emplacamentos. O modelo carga seca/graneleiro começa a recuperar espaço, com avanço de 43,5% e 7.253 entregas.

Das sete famílias de carrocerias sobre chassi, apenas o baú lonado registrou incremento. Com 35,5% de alta, chegou a 175 unidades. Dentre as demais, a maior queda, de 20%, deu-se em carga seca/graneleiro, com 5.546 emplacamentos. O produto de maior venda, o baú alumínio/frigorífico, teve leve retração, de 2%, somando 10.052 entregas.

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