As grandes dificuldades dos últimos cinco anos representaram o teste de fogo mais severo para o setor de logística no Brasil. Depois da prolongada e dramática crise econômica entre 2015 e 2017 que, entre outros graves problemas, contribuiu para envelhecer ainda mais a frota nacional de caminhões, ano passado, quando o País ensaiava retomada sustentável, veio a pandemia que atrasou outra vez o crescimento.

De tão represado que estavam as demandas, já no segundo semestre do ano passado, mesmo diante de uma pandemia avassaladora e mortal, frotistas e embarcadores pressionaram por mais caminhões. O mercado reagiu a duras penas. E fechou o ano com crescimento que poderia ser maior não fosse a freada brusca na produção entre abril e maio para tentar alguma contenção na disseminação da doença.

Agora a vacinação avança, mesmo diante das dificuldades impostas pela guerra política e que tanto prejudica a economia como um todo. Consequência nefasta, sem fundamento: bolsa cai, dólar sobe levando no bojo juros, inflação e os terríveis aumentos nos preços dos combustíveis. Enquanto isso o frete patina. Mesmo assim, sob pressão de setores que crescem puxados pela retomada mundial como agricultura e mineração, a demanda por caminhões novos e, inclusive, seminovos, surpreendeu. Analisamos essa retomada nas vendas nesta edição.

Mas ainda há incertezas para o próximo ano que se avista cada vez mais perto do horizonte. As eleições serão ainda mais polarizadas, e isso, somado a uma expectativa de crescimento pífio do PIB em 2022, pode haver, novamente, outra retração econômica. Mas é possível que os frotistas sigam ampliando e renovando frota para ano que vem, tentar fugir dos aumentos de preços que virão com a nova tecnologia Euro 6 nos caminhões fabricados a partir de 2023.

Fortes emoções nos esperam neste segmento e TranspoData seguirá firme oferecendo a seus leitores análise e interpretação de tudo isso. Contem com a gente e boa leitura.

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