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Cummins introduz motores elétricos e a hidrogênio no Brasil

Multinacional confirmou a chegada da Unidade de Negócios New Power

A Cummins Brasil comemorou seus 50 anos de atuação no país, completados em 22 de novembro, com o anúncio da chegada da Unidade de Negócios New Power na região. A estratégia está alinhada com o objetivo da marca Brasil que tem, para as próximas cinco décadas, a descarbonização como palavra de ordem. Globalmente, a unidade é a quinta no portfólio da marca. As demais são Motores, Componentes (filtros, turbos, pós-tratamento), Geração de Energia e Distribuição.

De acordo com o presidente da empresa, Adriano Rishi, a diversificação energética, incluindo portfólio inicial de energia, com motores elétricos, propulsores a diesel e a gás mais limpos, as células de combustível e, principalmente, o hidrogênio, serão essenciais no contexto carbono zero para o Brasil. Na visão estratégica da fabricante, a descarbonização será gradual. O diesel ainda vai predominar ao longo desta década, com tecnologia para ser cada vez mais limpo.

De olho nessa realidade, a Cummins investiu soma de R$ 170 milhões e está pronta para atender às normas do Proconve P8 (Euro VI), que estabelece redução de cerca de 77% de NOx e de aproximadamente 66% de material particulado em relação ao Proconve P7 (Euro V). O pacote contempla soluções completas e integradas, como a nova plataforma de motores Euro VI (2.8, 3.8, 4.5, 6.7, 9, 12 e 15 litros), além das opções a gás (9, 12 e 15 litros), filtros, turbos e os novos sistemas de pós-tratamento, U Module e Single Module, mais leves e eficientes.

Veículos elétricos e a gás ganharão espaço em nichos específicos

Para o diretor de vendas da New Power, Maurício Rossi, os elétricos e motores a gás ganharão espaço gradativo a partir de maior demanda em nichos específicos, como o de coleta de lixo e sucroalcooleiro. “As montadoras caminham para ter variadas opções de motorização em seus catálogos aqui no Brasil e nós já estamos oferecendo soluções de propulsão elétrica para caminhões e ônibus entre seis e 26 toneladas”. O pacote de eletrificação principal inclui conjunto de baterias, sistemas de controle e motores de tração que podem ser combinados, de acordo com o projeto do cliente.

Entre diesel, elétrico, célula de combustível e gás, algumas tendências começam a se delinear no país. “Nas entregas noturnas de e-commerce, os veículos elétricos, movidos a célula de combustível ou a hidrogênio, serão cada vez mais comuns. Primeiro, porque são equipamentos mais silenciosos ou mesmo com zero decibéis. Segundo, porque, sem trânsito, é possível estender a autonomia e ir mais longe”, afirma Rossi.

Trata-se de uma tendência muito forte e realidade para algumas empresas que já buscam soluções alternativas aos veículos a diesel para maior rentabilidade nos negócios. “No caso da coleta de lixo, devem predominar os caminhões a gás, com cases de empresas que já produzem seu próprio combustível baseado em biomassa”, reforça. Atualmente, o biometano é extremamente puro dentro do aterro sanitário, mais vantajoso que o gás natural, atingindo perto de 96% de gás metano.

As opções de motores a gás Euro VI, de 12 e 15 litros, também entram no pacote de soluções da companhia para uso em caminhão porta a porta de 48 a 50 toneladas. Nesse caso, o público em vista é o grupo sucroalcooleiro, que a partir da cana de açúcar gera biomassa que, por sua vez, gera biogás.

Ao considerar os exemplos citados, a Cummins enxerga que muitos segmentos dependentes do transporte tendem a produzir seus próprios combustíveis, ou seja, a matriz energética vai deixar de ser 100% adquirida de fontes existentes. “Vai passar a ser conjugada. Quem precisar de diesel vai comprar, mas quem tiver acesso à biomassa poderá fazer seu próprio gás e quem puder ter um eletrolisador para fazer eletrólise vai produzir seu próprio hidrogênio”.

No que tange às alternativas ao diesel, os veículos elétricos, carregados por bateria, já são uma realidade. Mas o futuro está na célula de combustível. Nas pesquisas mais recentes da Cummins, os veículos à bateria serão uma ponte para os que utilizam células de combustível e hidrogênio.

Esses veículos são os que vão permitir 100% de redução dos particulados e de toda a contaminação que temos hoje. “Se pensarmos em cinco a sete anos, é possível que o grau de competitividade do veículo movido à célula de combustível passe a ser maior do que o elétrico, invertendo o quadro atual”, afirma Rossi.

Com a compra da Hydrogenics, no Canadá, a Cummins destaca que um caminho que vem sendo perseguido é o uso do hidrogênio como combustível de propulsão para os veículos que utilizem célula de combustível. Para isso, traz ao mercado brasileiro nova linha de módulos de células de combustível.

Na perspectiva da Cummins, o cenário mais econômico é de que o transportador tenha um eletrolisador produzindo seu próprio combustível e o utilize em sua frota de veículos. “A célula de hidrogênio é parte da eletrificação, mas não requer uma tomada, como acontece com o veículo elétrico”, assinala.

Recentemente, a Cummins anunciou a compra da Nprox, empresa que fabrica tanques para armazenamento de hidrogênio. Com isso, a companhia reforça e consolida-se no mercado brasileiro como líder em tecnologia, trazendo mais um pacote completo de solução para o hidrogênio verde: módulos de célula de combustível, eletrolisadores e tanque para armazenamento.

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