Participantes aderem à cota de R$ 180 mil, em média, com taxa de administração de 0,145% mensal e prazo de 98 meses

Roberto Hunoff

Foto Canvas, Divulgação

Apoiada no cenário de crescente procura pelo consórcio de veículos pesados, onde os caminhões estão inclusos, a assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) realizou levantamento junto às empresas associadas, que participam deste setor, para avaliar o desempenho acumulado do mecanismo financeiro de junho de 2020 até o mesmo mês deste ano. Um retrato do setor detalha que, do total de participantes ativos em veículos pesados, dois terços referem-se a consorciados que desejam adquirir caminhões e um terço objetiva a compra de máquinas e implementos agrícolas.

Nos grupos de consórcios de caminhões em andamento, a relação apontou a existência de pouco mais de 230 mil consorciados ativos em junho de 2020, número que cresceu 98,3%, elevando a base para quase 460 mil, em junho deste ano. A pesquisa teve como foco principal o segmento de transporte rodoviário de cargas, considerando principalmente a intermodalidade e a integração das suas diversas categorias: dos caminhões leves, que têm acesso às áreas urbanas, aos extrapesados, que cumprem longos percursos e rodam pelas estradas.

A análise revelou ainda que as adesões aos consórcios demonstraram fortes e consistentes avanços. O aumento de novas cotas, na comparação entre os seis primeiros meses de 2020 e de 2023, foi de 195%. Das 29.050 adesões, no primeiro semestre de 2020, o número saltou para 85.670 no mesmo período de 2023. Já o total de 24 mil consorciados contemplados nos seis primeiros meses de 2023 representou alta de 72,4% sobre igual período de 2020, ocasião em que as contemplações atingiram quase 14 mil.

Empresas são maioria

Com perfis formados por 52,8% de pessoas jurídicas e 47,2% de físicas ou autônomos, os consorciados ativos de caminhões têm focado principalmente o planejamento na troca e na renovação de veículos, bem como na ampliação de frotas. O Sudeste continua na liderança das vendas de cotas com 39,9%, seguido pelo Sul 20,2%, Nordeste com 17,4%, Centro-Oeste com 14,7% e a região Norte com 7,8%.

Entre os tipos com maior utilização do crédito por ocasião da contemplação estiveram os caminhões leves, com 51,3%; os médios, com 33,5%; os pesados, com 15,0%; e os extrapesados, com 0,2%. As contemplações ficaram distribuídas em 33% na região Sudeste e 26,3% na região Sul. Em terceiro lugar, ficou o Centro-Oeste com 18,9%, seguido da região Nordeste com 15,7% e da Norte com 6,1%.

 O estudo ainda mostra a estabilidade das potenciais participações das contemplações no mercado consumidor de caminhões, atingindo 32,3% de janeiro a junho deste ano e 34,9% no mesmo período de 2022. De acordo com os especialistas, ao registrar potencialmente um terço das vendas no mercado interno, o mecanismo mostrou-se alternativa inteligente e econômica para aquisição de veículos de carga. “A expressiva potencial participação das contemplações no mercado interno do transporte rodoviário de cargas sinaliza a importância do consórcio na renovação ou ampliação de frotas, apoiada em planejamento e em custos mais baixos. Face às peculiaridades, que difere o consórcio das demais formas de aquisição disponíveis no mercado, trata-se de excelente opção para autônomos e empresários”, analisa Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.

Ao realizarem adesão à modalidade, consorciados, independentemente da área de operação, optaram por créditos entre R$ 45 mil e R$ 1.560 milhão, com o valor do bem sendo de R$ 180 mil, em média. A taxa média de administração mensal dos grupos foi de 0,145% para um prazo médio de 98 meses de duração dos grupos.

Os reajustes periódicos estabelecidos consideraram a tabela do fabricante para 71,4% e o IPCA, para 28,6%, para os contratos em andamento. Segundo Rossi, com as boas perspectivas para a economia, nos quais os caminhões têm função importante, como, por exemplo, no agronegócio, cuja projeção de crescimento variou de 8% a 10%, e a alimentação, que apresentou avanço de 8,8% nos primeiros meses do ano, o cenário para o consórcio de caminhões é muito positivo.

Outros nichos potenciais

Parte desse total se refere a semirreboques e se alinha à evolução dos consórcios de caminhões. Baseado no índice de 4,6% de crescimento dentre reboques e semirreboques, divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, cujos volumes saltaram de 40.230 mil unidades para 42.100, de janeiro a junho do ano passado para este, as perspectivas também são avaliadas positivamente pelo presidente da ABAC.

A intralogística ou logística in house, como também é conhecida, é o setor no segmento de transportes que se refere às atividades de movimentação de cargas dentro das unidades fabris, armazéns e centros de distribuição ou galpões logísticos. Também neste setor, o consórcio de empilhadeiras elétricas ou a combustão pode ser outro nicho a ser explorado. De forma prática, a intralogística melhora o manuseio de materiais dentro das instalações internas, em especial na etapa de armazenamento, uma vez que o organiza melhor. “Ao considerar as peculiaridades e os benefícios proporcionados pelo consórcio, vale a pena avaliar e considerar a modalidade para alavancar a aquisição deste tipo de equipamento”, sugere Rossi.

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