Protótipo do Arocs 4851 10×4, com capacidade para transportar até 30 toneladas, é destaque de inovação na Agrishow
Roberto Hunoff
Fotos Divulgação
A Mercedes-Benz e a Grunner apresentam na Agrishow 2023, que termina na sexta (05/05), em Ribeirão Preto (SP), o protótipo de uma robusta solução para o agronegócio. Trata-se de uma nova versão do ADS que utiliza como base o Mercedes-Benz Arocs. No evento, está exposto um conceito na versão Arocs 4851 10×4.
Única no mercado com o poder de transportar 30 toneladas, essa nova máquina inteligente chegará ao mercado unindo rusticidade, resistência, alta capacidade de carga, eficiência operacional e velocidade. O novo ADS é utilizado na aplicação de calcário, gesso e compostos orgânicos, possuindo um sistema de abafador que proporciona seu uso mesmo em dias com ventos fortes, garantindo a uniformidade da aplicação por evitar a deriva dos materiais empregados.
O desenvolvimento da nova máquina agrícola envolveu dois anos de incursões realizadas pela Grunner na região produtora de grãos do sudoeste goiano e no Mato Grosso, contando com a participação de produtores que apontaram suas principais necessidades no dia a dia. “Nos propomos a entender o mercado, apresentando o projeto para os clientes que nos auxiliaram a desenhar essa aplicação em cima do ADS, que é uma Smart Machine já existente, mas que migra agora para um mercado novo”, explica Denis Arroyo, CEO da Grunner. Segundo ele, trata-se de um equipamento com menor consumo de diesel e menos paradas para abastecimento, o que representa vantagem na comparação com os produtos convencionais existentes no mercado.
Também estão expostos modelos já consolidados na plataforma do Axor 3131, como o ATR, para operação no transbordo da colheita da cana; ASP, para aplicação de adubos líquidos e vinhaça; e ADS para distribuição de sólidos. Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, estimou que ainda em 2023 será atingido o marco de 1 mil unidades em operação no Brasil do caminhão autônomo Mercedes, principalmente no transbordo da colheita da cana, além de outras atividades nas áreas de plantio. “O Axor 3131 com direção autônoma, que opera juntamente com as colhedoras no campo, vem fazendo sucesso em São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, como também em outros estados”, afirmou.
Leoncini ressaltou que, em comparação com os tratores, o uso do Axor 3131 com direção autônoma na colheita de cana assegura 40% de redução no consumo de combustível, 40% a menos em lubrificantes e 30% a menos no custo de reparo e manutenção. Indicou também como vantagens velocidade de deslocamento 50% maior, menor tempo e maior agilidade nas manobras, mais conforto para o motorista, mais eficiência em estradas irregulares, com maior estabilidade, e menor impacto ambiental.
Oferecido nas versões 8×4 e 6×4, com várias capacidades de carga, o Axor 3131 é o primeiro Mercedes-Benz com direção autônoma a ser utilizado numa operação diária regular no Brasil. Lançado há mais de três anos, esse modelo fora de estrada opera 24 horas por dia na colheita da cana-de-açúcar.
O Axor 3131 com direção autônoma para transbordo de cana tem uma das maiores capacidades de carga líquida do mercado brasileiro, chegando até 20 toneladas de cana picada. A direção autônoma é controlada por um sistema que inclui piloto automático, GPS e georreferenciamento, sendo utilizada exclusivamente nos trechos mapeados da fazenda onde acontece a colheita.
O veículo atua lado a lado com as colhedoras de cana, também de condução autônoma, que fazem a colheita e o corte, lançando a cana picada diretamente na carroçaria. A velocidade média dos veículos gira em torno de 2 km/h na área da colheita.
Ao final do carregamento, o motorista assume o controle do Axor para fazer o transbordo aos treminhões dentro da fazenda, ou seja, o descarregamento da carga nas carretas de maior capacidade, que completam o ciclo de transporte, levando a cana para as usinas de açúcar e etanol. Com a alta precisão de centímetros do georreferenciamento, o modelo só circula por onde o sistema indica, aumentando a produtividade da operação. Com uma bitola maior, de até três metros, ele opera sem pisar nas linhas de plantio, preservando os brotos das futuras plantas.