Mercado retraiu em razão da queda nos emplacamentos de veículos rebocados
O mercado interno de implementos rodoviários totalizou 75.052 emplacamentos, com leve queda de 2% nos seis primeiros meses do ano na comparação com igual período de 2021. O resultado deve-se ao segmento de reboques e semirreboques, que apurou baixa de 10%, para 40.234 veículos. Já a linha de carroceria sobre chassi avançou 9%, chegando a 34.818 unidades.
Embora o recuo no semestre, a atividade convive há dois meses consecutivos – maio e junho – com volumes de emplacamentos acima da média do período. Na avaliação de José Carlos Sprícigo, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Rodoviários (Anfir), este movimento pode indicar a formação de uma curva ascendente para o segundo semestre. Ao longo do período, a média mensal foi de 12,5 mil produtos, enquanto em junho chegou a 13,1 mil.
Esta condição leva o presidente a projetar fechamento de ano com alta de 1% sobre o exercício passado, alcançando 165 mil implementos. A expectativa é de forte crescimento na linha leve, de 18%, para 85 mil unidades, e queda de 12% na pesada, com 80 mil veículos.
Para Sprícigo, o segundo semestre apresenta dois fatores que devem concorrer favoravelmente para impulsionar as vendas. Um deles é o movimento de antecipação de renovação de frota de caminhões, que historicamente traz reflexos positivos às vendas de implementos rodoviários. A ação deverá ocorrer porque em janeiro de 2023 entra em vigor o Proconve 8, que estabelece a motorização Euro VI como padrão para os caminhões.
O segundo fator é a realização da Fenatran, feira da indústria de veículos para o transporte de cargas, que costuma ser polo atrativo de negócios para o setor. “Com esses dois fatores, a indústria terá condições de minimizar as eventuais perdas e manter um patamar de unidades emplacadas semelhante ao do exercício anterior”, estima.
No primeiro semestre, no segmento de veículos rebocados, fortemente influenciado pelas vendas para o agronegócio, dos 14 modelos comercializados sete apresentaram resultados negativos. O recuo mais representativo, de 53%, recaiu sobre o baú carga geral, que somou 2.564 unidades. O melhor resultado foi consolidado nos implementos para o transporte de toras, com alta de 150%, para 2.175 veículos. O líder de mercado, o modelo basculante, teve comportamento estável, aumento de 0,74%, com 11.991 unidades.
Na linha de carrocerias sobre chassi, dos sete modelos, apenas dois tiveram volumes negativos. Dentre eles, as betoneiras, que apresentaram forte alta em 2021. No semestre, foram entregues 693 unidades, recuo de 9%. O mesmo índice foi apurado no produto mais vendido da linha, os baús de alumínio e frigoríficos, que somaram 12.399 implementos. O melhor resultado, de 36%, foi apurado no mercado de tanques, que absorveu 2.593 unidades.