Setores da construção civil e produtos industrializados ajudaram a manter o aumento, com evoluções de 12,3% e 4%, respectivamente

Redação TranspoData

Foto Banco de Imagens, Divulgação

O volume de fretes rodoviários manteve a estabilidade no primeiro trimestre do ano em comparação ao mesmo período de 2023. Houve aumento de 0,5%, com a construção civil (12,3%) e produtos industrializados (4%) puxando o movimento. Os dados foram coletados pela Frete.com, plataforma online de transporte de cargas. Entre janeiro e março, foram publicados mais de 2,1 milhões de fretes na plataforma. Com mais de 900 mil caminhoneiros cadastrados e 18 mil empresas assinantes, os fretes publicados na plataforma cobrem 99% do território nacional.

Os crescimentos registrados nos setores da construção civil e de produtos industrializados ajudaram a manter a estabilidade, enquanto o agronegócio apurou queda de 12,6%. “Apesar dos problemas enfrentados com o clima pelo agronegócio, que tem 35% de representatividade dos fretes publicados na plataforma, ainda conseguimos um pequeno aumento. A construção civil está com projeções de crescimento para o ano, ajudando a manter os fretes rodando pelo país com diversos insumos, principalmente cimento”, avalia Federico Veja, CEO da Frete.com.

Segundo ele, as empresas de transporte continuam utilizando as facilidades da tecnologia para ter mais ganhos nas operações. Razão para que a empresa siga com investimentos em novas soluções e segurança, para que tanto empresas quanto motoristas possam transportar mais fretes sem se preocupar com fraudes.

Os fretes de cimento puxaram o crescimento no setor de construção civil, representando 67% de todas as cargas movimentadas no segmento. O volume de fretes do cimento teve crescimento de 28,7%. Minas Gerais é o estado que mais apresenta movimentação de cargas do produto, onde o volume teve aumento de 37,3%.

Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, o setor deve apresentar aquecimento nas obras no primeiro semestre do ano, principalmente entre os empreendimentos públicos realizados pelas prefeituras. A instituição projeta crescimento de 1,3% em 2024, puxado pela queda na taxa básica de juros que estimula mais investimentos, início da produção de unidades da faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida e incremento de 50% nos saldos das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. “As cargas de cimento ajudaram muito a impulsionar o aumento no volume de fretes no começo de 2024 e deve continuar no mesmo ritmo ao longo do ano. Vemos muitas cargas saindo de Minas Gerais para diversos destinos, mas principalmente para outros estados do Sudeste, região mais representativa na plataforma”, afirma.

O setor de produtos industrializados também se destacou no primeiro trimestre, com destaque para cargas saindo de Santa Catarina e São Paulo. O segmento deverá ser beneficiado, neste ano, também com a queda na taxa de juros e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal.

Agronegócio freia

Com safra marcada por desafios com o clima, já que muitos estados produtores enfrentaram chuvas e calor intensos, o agronegócio demonstrou queda de 12,6% no volume de fretes publicados na plataforma da Frete.com. A soja apresentou crescimento de 14,4% no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado. Os fretes do milho tiveram queda de 41,4%; do trigo, 38,6%; e os de fertilizantes, 20,6%.

Em comunicado divulgado no final de março pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume de produção de grãos registrado para a safra 2023/2024 foi de 295,6 milhões de toneladas, 7,6% ou 24,2 milhões de toneladas abaixo do obtido na temporada anterior. Segundo a Conab, a produção de soja é estimada em 146,9 milhões de toneladas, redução de 5% em relação à safra passada. No caso do milho, são previstos 112,7 milhões de toneladas, redução de 14,5%. A estimativa do trigo é de 9,6 milhões de toneladas.

Federico Veja assinala que a última safra de grãos trouxe diversos recordes para o Brasil, algo que não deve se repetir na próxima safra. As chuvas torrenciais registradas no Sul e Sudeste no começo de 2024, além de ondas de calor que atingiram demais regiões, fizeram com que houvesse a quebra na produção. “Diante disso, os volumes dos fretes também caíram. A soja ainda demonstra força, de acordo com nossos dados. Isso se justifica pelo aumento nas exportações da oleaginosa no primeiro trimestre, que passou de mais de 19 milhões de toneladas em 2023, para cerca de 22 milhões de toneladas neste ano”, revela.

Fretes por estados

Puxada pela movimentação de fretes da construção civil, a Região Sudeste foi a única com aumento, 9,1%. As demais, influenciadas pelo agronegócio, tiveram quedas. O Sul foi a que apresentou maior diminuição, 8,7%. Nordeste teve queda de 4,1% e Centro-Oeste, 1,9%.

Entre os estados, Minas Gerais teve o maior aumento, com 15,1%, puxado pelo cimento, já que o estado concentra 91% de todos os fretes do produto na plataforma. Santa Catarina também se destaca, com aumento de 13,5%, influenciado pelos fretes de produtos industrializados. Mato Grosso do Sul apresentou aumento considerável, de 11,1%, beneficiado pelas cargas de soja. Em São Paulo, o crescimento foi de 5,4%, por conta da indústria.

 

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