Segmento é o que tem apresentado os piores desempenhos no ano
Roberto Hunoff
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Com nova queda em maio, os emplacamentos de caminhões acumulam, em cinco meses, resultado negativo de 8,2%, com total de 42.630 unidades. Na comparação com igual mês do ano passado, o resultado é ainda pior: recuo de 23,4%. Mas positivo em relação a abril. As 7.893 unidades vendidas foram 8,2% superiores ao mês anterior.
Os demais segmentos, de acordo com os recentes dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), apresentam indicadores positivos no ano. Maio teve 370.270 emplacamentos, altas de 5,5% em relação a igual mês do ano passado e de 20% sobre abril último. No acumulado de cinco meses foram entregues 1.532.919 veículos, aumento de 14,8%.
O presidente da entidade, José Maurício Andreta Jr., avalia que o segmento de transporte de cargas vem sendo afetado pela seletividade de crédito. “Notamos que o comprador desse tipo de veículo segue em compasso de espera, já que ainda ocorre uma adequação de preços dos produtos pela introdução da tecnologia do Euro 6 nas novas linhas”, analisa.
O mercado de implementos rodoviários segue de perto o resultado de caminhões, mas, em 2023, por conta da introdução do Euro 6, há um descolamento de desempenho dos dois segmentos. “Os emplacamentos de implementos registraram alta de dois dígitos”, aponta o dirigente. Foram emplacadas 7.677 unidades, incrementos de 28,7% sobre abril e 6,1% em relação a maio de 2022. No acumulado de cinco meses são 34.772 entregas, alta de 4,3%.
O segmento de ônibus tem o melhor desempenho do ano, com 11.284 unidades vendidas, incremento de 51,3% sobre os cinco meses iniciais de 2022. Maio, com 2.237 emplacamentos, representou elevação de 24,8% em relação ao mesmo mês de 2022 e de 34% sobre abril. “Os ônibus seguem em recuperação, especialmente, por conta dos programas governamentais de transporte público, como o Caminho da Escola. Em que pese a base baixa de comparação, já que nos cinco primeiros meses do ano passado, menos de 7,5 mil unidades haviam sido emplacadas, o desempenho tem se mantido em um patamar de crescimento”, comenta Andreta Jr.
A linha de comerciais leves totaliza 163.409 unidades vendidas em cinco meses, avanço de 19,8% sobre igual período de 2022. Em maio foram entregues 38.879 veículos, resultado 15,7% melhor do que em abril e 9,5% em relação ao quinto mês de 2022. Já o segmento de automóveis recuou 8,6% em relação a maio do ano passado, com total de 127.482 emplacamentos, mas aumentou 7,9% sobre abril último. No acumulado, o desempenho é 7,6% superior, com 591.442 negócios. “O resultado reflete o cenário conjuntural que temos vivido desde o ano passado, que inclui seletividade de crédito, endividamento das famílias e juros altos”, aponta o presidente da Fenabrave.
Andreta Jr. demonstra preocupação com a queda na média diária de vendas de automóveis e comerciais leves. Em abril, superava 8.420 unidades; em maio, ficou pouco acima das 7,5 mil. “Com esse resultado, o mês de maio, excluindo o de 2020, quando vivíamos o auge da pandemia e muitas concessionárias estavam apenas com suas oficinas abertas, se tornou o pior desde 2016 para esses segmentos. Na primeira metade da década de 2010, o mês de maio chegou a registrar mais de 300 mil automóveis e leves emplacados. Precisamos urgentemente que as medidas do governo sejam implantadas”, alerta.
A entidade espera expansão de consumo de carros zero quilômetro por meio do repasse da redução tributária, que será obtida pelas montadoras, aos consumidores, além de uma possível ampliação do crédito. Para ele, o volume de carros que será adicionado ao mercado, com o projeto, dependerá do tempo de vigência e do repasse dos benefícios pelas montadoras.