Ônibus tiveram incremento de 86% nos licenciamentos e caminhões, 10,5%

Roberto Hunoff

Foto Mercedes-Benz

Apesar do feriado de carnaval e das fortes chuvas no litoral paulista, fevereiro teve um crescimento na média diária de vendas de autoveículos que ajudou o primeiro bimestre a fechar com saldo positivo. A média de 7,2 mil unidades/dia ficou 11% acima das 6,5 mil/dia em janeiro. Com isso, o primeiro bimestre deste ano teve 272,8 mil emplacamentos, 5,4% a mais que no mesmo período de 2022. No ano passado, o carnaval caiu em março, o que pesou a favor do desempenho do mercado neste início de exercício. Os dados foram divulgados nesta segunda (06/03) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Em veículos comerciais, o segmento de ônibus é o maior destaque, com alta de 86% nos licenciamentos, somando 3.644 unidades. A produção, no entanto, cedeu 37,3%, para 2.057 chassis. Já as exportações sustentaram crescimento de 1,5%, com 593 embarques. A Mercedes-Benz lidera o mercado no bimestre, com 1.537 emplacamentos, aumento de 76%, com a MAN em segundo, com 1.030 vendas, mais do que o dobro na comparação com igual período de 2022.

As vendas internas de caminhões avançaram 10,5% no bimestre, com 18,6 mil unidades, enquanto as exportações mantiveram estabilidade, com alta de 1,5% e 2,7 mil embarques. A produção, por sua vez, caiu 41,1%, para pouco mais de 12 mil veículos. O segmento de caminhões também é liderado pela Mercedes, com 5.040 unidades, alta de 22,7%, seguida pela MAN com 4.402 e recuo de 9%.

Em comerciais leves, as vendas somaram 50,8 mil unidades, avanço de 6,3%, e as exportações caíram 18,4%, para 9,9 mil embarques. A produção melhorou, com aumento de 14,3%, para 51,1 mil veículos. A liderança é da FCA, com mais de 23 mil unidades, recuo de 3,5%. Os modelos Fiat representam 98% do total. Já a marca Dodge apurou incremento de 8.000%, saltando de nove para 500 unidades entregues. A Toyota é a segunda no mercado, com pouco mais de 5,2 mil veículos e alta de 13,7%.

A produção total do setor cresceu de forma mais tímida por conta do fechamento provisório de fábricas em fevereiro – algumas por falta de semicondutores, outras para ajustes na linha de montagem. Os 313,8 mil autoveículos produzidos representaram ganho de 0,8% sobre o primeiro bimestre de 2022.

As exportações no bimestre tiveram um leve recuo na comparação com o início do ano passado. No total, 67,4 mil unidades deixaram os portos do país, queda de 2,6%. Em compensação, a receita gerada com essas exportações cresceu 28,5%, o que é explicado por um mix de embarque formado por modelos de maior valor agregado, como caminhões e ônibus.

De acordo com os dados da Anfavea, os 8,8 mil automóveis eletrificados vendidos no bimestre significaram aumento de 45% sobre janeiro e fevereiro do ano passado, o que projeta um crescimento superior a 40% até o fim de 2023, volume superior a 70 mil modelos híbridos e elétricos. “Este segmento é muito importante para a Anfavea. Por isso, todos os esforços estão voltados para a atração de novos investimentos na produção local de veículos eletrificados, que vão desde a transformação local das matérias primas em componentes, o desenvolvimento de fornecedores ligados a essa nova tecnologia, até o uso de novas fontes de energias limpas e de infraestrutura de transmissão e distribuição”, explicou o presidente Márcio de Lima Leite.

Além das questões sazonais, janeiro começou em ritmo mais lento para máquinas agrícolas, pela falta de recursos com taxas equalizadas, especialmente para o pequeno e médio produtor. Dessa forma, as 3.453 unidades vendidas tiveram queda de 13,9% na comparação com janeiro de 2022. Os números de fevereiro ainda não foram contabilizados. Já as máquinas rodoviárias mantiveram ritmo estável, com vendas de 2.430 unidades, alta de 14,1% sobre o primeiro mês do ano passado.

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