cargas roubadas

Valores de cargas roubadas superam R$ 1,2 bilhão

Levantamento da NTC&Logística mostra redução de casos, mas alta nos valores subtraídos em 2024

Redação TranspoData

Foto Divulgação

Confira o panorama aqui

O roubo de cargas segue sendo um dos desafios mais críticos para o transporte rodoviário de cargas (TRC) no Brasil, impactando diretamente empresas, consumidores e a economia nacional. Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), apesar da queda no número de ocorrências nos últimos anos, os prejuízos financeiros continuam alarmantes.

No ano passado foram registrados 10.478 roubos em todo o país, redução de 11% em relação a 2023 e de 59,6% em comparação a 2017. Já o valor das mercadorias subtraídas aumentou 21%, chegando a R$ 1,217 bilhão, evidenciando que os criminosos estão cada vez mais estratégicos e focando em cargas de alto valor, como medicamentos, eletrônicos e insumos industriais.

No 9º Fórum CNT de Segurança Pública, realizado pela Confederação Nacional do Transporte, o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi, destacou que o roubo de cargas vai além de um problema setorial, representando uma ameaça à economia nacional e um canal de financiamento do crime organizado. “As empresas do setor de transporte rodoviário de cargas já gastam, preventivamente, cerca de 14% da receita, investindo em rastreamento, escoltas armadas, blindagem de veículos, inteligência artificial e seguros. Mas isso não basta. Precisamos de uma ação coordenada entre todas as forças policiais e do endurecimento das leis para responsabilizar tanto os criminosos quanto os receptadores”, ressaltou.

A criminalidade no setor evoluiu, e os impactos vão além dos prejuízos financeiros. Além de elevar os custos operacionais, as restrições a horários, rotas e limite de valor das cargas transportadas comprometem a produtividade e tornam algumas operações inviáveis. O trauma gerado em motoristas e ajudantes, que muitas vezes são vítimas de violência física e psicológica, tem levado profissionais a evitarem determinadas regiões, resultando até mesmo em um déficit preocupante de trabalhadores no setor. “Não se trata apenas de um crime contra as empresas, mas contra toda a sociedade. Enquanto criminosos lucram com o comércio ilegal de mercadorias roubadas, os preços sobem para o consumidor, e a economia formal perde arrecadação de tributos”, alerta Roberto Mira, vice-presidente de segurança da NTC&Logística.

Entre as propostas apresentadas pela NTC&Logística para combater o problema está a coordenação federal dos dados e do planejamento para garantir a integração das Polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal. A entidade defende ainda a implantação de Unidades de Segurança Especializadas, patrulhamento ostensivo nas principais rodovias e vias urbanas, maior rigor nas investigações sobre receptadores e ampliação das penas para esses criminosos, com a possibilidade de suspensão de CNPJ de empresas envolvidas no comércio de cargas roubadas.

Também defende medidas tecnológicas como reconhecimento facial, monitoramento de veículos suspeitos e sistemas preditivos que podem ajudar na identificação e repressão dessas práticas criminosas. “Não podemos permitir que esse crime continue avançando e se modernizando, enquanto as respostas das autoridades são lentas. O transporte rodoviário de cargas é uma atividade essencial para o país, e sua segurança precisa ser tratada como prioridade”, cobrou.

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