Sistemas metroferroviários transportaram 1,25 bilhão de pessoas nos primeiros seis meses do ano

Redação TranspoData

Foto Divulgação

Os sistemas de metrô, trem urbano, veículo leve sobre trilhos (VLT) e pessoas movers transportaram 1,25 bilhão de passageiros no primeiro semestre de 2024, número 4,4% superior ao mesmo período do ano passado. Os dados constam no balanço do setor organizado pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos).

Joubert Flores, presidente do Conselho Administrativo da entidade, observa uma tendência de crescimento leve e estável, mas que dificilmente recuperará a demanda anterior à pandemia. “O trabalho é o principal motivo de viagens dos passageiros e com a adoção do sistema híbrido e remoto muitas pessoas mudaram o hábito de uso dos sistemas. Além disso, o uso de aplicativos e os incentivos para aquisição de carros também afetam a demanda. Temos ainda as compras pela internet, que contribuem para a redução dos deslocamentos para o consumo”, explica.

Além disso, nem todos os operadores apresentaram resultados positivos na movimentação de passageiros. As enchentes no Rio Grande do Sul, em maio, paralisaram os serviços de transporte na Região Metropolitana de Porto Alegre por 27 dias. No acumulado do primeiro semestre, a interrupção causou queda de 30% no número de passageiros transportados.

Nos estados da Paraíba (-27,1%), do Piauí (-20,7%), de Pernambuco (-10,8%) e do Rio de Janeiro (-3,5%) a redução da demanda envolve outros fatores. No Piauí, as obras para requalificação do Metrô de Teresina resultaram em interrupções temporárias e na diminuição das viagens ofertadas. Na Paraíba, a queda é atribuída a problemas de evasão de passageiros nas estações, onde medidas estão sendo tomadas para fechamento das estações. Em Pernambuco, a questão deve-se à redução da regularidade e pontualidade do sistema ocasionado por problemas técnicos, com melhorias previstas por meio do projeto de recuperação aprovado no Programa de Aceleração do Crescimento – Novo PAC 2023–2026.

No Rio de Janeiro, parte dessa redução foi atribuída ao aumento da diferença tarifária entre os serviços de trens/metrôs e os de ônibus. Esses fatores demonstram a complexidade dos desafios enfrentados pelos operadores, assim como a necessidade de intervenções estratégicas para mitigar os impactos negativos na disponibilidade e qualidade dos serviços ofertados à população.

Avanço na rede e projetos em andamento

O setor registrou a ampliação de 1,5 km de trilhos e a inauguração de duas estações no primeiro semestre. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) inaugurou a Estação de Várzea Nova, integrante do projeto de modernização do sistema de trens urbanos da Região Metropolitana de João Pessoa, na Paraíba. No Rio, o VLT Carioca iniciou a operação comercial da Linha 4-Laranja, conectando a Praça XV ao novo Terminal Gentileza, também inaugurado no semestre.

Para o ano ainda estão programadas as inaugurações do People Mover do Aeroporto de Guarulhos, da expansão da Linha 9-Esmeralda de trem urbano de São Paulo, do trecho 2 do VLT da Baixada Santista, do ramal aeroporto da Linha Nordeste do VLT de Fortaleza, no Ceará, e da expansão da Linha 1 de Teresina, no Piauí. Os dados detalhados podem ser acessados em http://anptrilhos.org.br/balanco-2024-1sem.

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