Pela primeira vez, mais de 10 milhões de toneladas em mercadorias conteinerizadas foram transportadas pelo terminal
Redação TranspoData
Foto TCP, Divulgação
A TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá (PR), encerrou 2024 atingindo o recorde histórico de 1.558.453 TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentados. O volume representa alta de 24% em relação ao volume registrado no balanço de 2023 e corresponde a 10,8 milhões de toneladas em cargas. A conquista posiciona o Porto de Paranaguá como o segundo do Brasil a ultrapassar a marca de 1,5 milhão de TEUs. Como comparação, a medida de 1.558.453 TEUs é equivalente a 9.500 quilômetros de contêineres.
Este volume chegou e partiu do cais da TCP por meio da atracação de 992 navios, número 19% superior ao fluxo de embarcações registrado em 2023. Segundo Carolina Merkle Brown, gerente comercial de armadores da TCP, o resultado é reflexo direto do aumento no número de serviços marítimos que atendem o terminal. “No último ano, a TCP passou a receber atracação de mais oito serviços, sendo seis de longo curso e dois de cabotagem. Com 25 linhas semanais, o terminal se destaca como o maior concentrador de serviços do Brasil, o que evidencia a vocação da TCP para se tornar um dos principais hubs portuários da costa atlântica da América do Sul”, afirma.
A atracação dos maiores porta-contêineres a operar no Brasil, que possuem 366 metros de comprimento e mais de 48 metros de largura, também foi motivo de celebração para a equipe do terminal. Para 2025, a expectativa é de que com o aumento do calado operacional, navios maiores e com mais carga possam operar de forma mais ágil e segura.
Em novembro de 2024, a TCP passou a contar com um novo calado operacional, ampliado de 12,1 metros para 12,6 metros em maré zero. A estimativa é que com 50 centímetros adicionais os navios poderão operar com, aproximadamente, 400 TEUs a mais.
Principais produtos
O balanço comercial de 2024 se destaca pelas exportações de carnes e congelados que foram superiores a 3,4 milhões de toneladas. A megaobra de ampliação da área para armazenagem de contêineres refrigerados foi um investimento estratégico que colocou a TCP como o principal corredor de exportação de carnes do Brasil e referência mundial no segmento. “Com 5.268 tomadas, o terminal possui o maior pátio reefer da América do Sul, vantagem que se traduz em maior flexibilidade e capacidade operacional para os clientes. Mais de um terço das exportações de carne nos terminais portuários brasileiros se dá por Paranaguá”, acrescenta Giovanni Guidolim, gerente comercial, de logística e atendimento.
A movimentação de contêineres reefer alcançou a marca de 266.246 TEUs, incremento de 7% em relação a 2023 e que conferiu a conquista de uma nova máxima para a operação nesse segmento no terminal. Em segundo lugar vieram as exportações de madeira, com crescimento de 47%, e chegando à marca de 1,4 milhão de toneladas. Já o segmento de papel e celulose embarcou 974 mil toneladas, crescimento de 54% em comparação ao ano anterior.
Boa parte das cargas de papel e celulose chega ao TCP por meio da linha férrea, que conecta o porto às regiões oeste e norte do estado do Paraná. “Hoje, é o único terminal portuário do Sul do Brasil a possuir conexão direta entre a zona primária e um ramal ferroviário. Esse é um diferencial que traz maior previsibilidade, segurança, redução de custo e das emissões de gases de efeito estufa na cadeia logística de nossos clientes”, comenta Guidolim. A movimentação geral de contêineres pela ferrovia, que liga o TCP aos ramais que chegam até Cambé e Cascavel, foi de 101.527 TEUs, acréscimo de 9%.
O KBT, projeto logístico intermodal em operação desde 2021 e que conecta a TCP a um terminal de contêineres localizado na planta Puma II, da Klabin, em Ortigueira (PR), por meio de um ramal operado pela Brado Logística, também encerrou o ano com novo recorde de produtividade. Utilizado exclusivamente para transportar contêineres com papel e celulose, o KBT movimentou 86.440 TEUs, crescimento de 33% em relação ao ano anterior.
No fluxo de importações, o maior volume foi para produtos dos segmentos químico e petroquímico. Com alta de 14%, mais de 648 mil toneladas foram desembarcadas, número impulsionado principalmente pela chegada de defensivos agrícolas e fertilizantes. Em seguida, vieram os segmentos automotivo e de veículos, que cresceram 12% e movimentaram 562 mil toneladas, garantindo insumos, peças e componentes para abastecer majoritariamente o polo industrial localizado em Curitiba e região metropolitana.