Negócio foi de 3,8 bilhões de Euro mas ainda é muito cedo para se saber impactos no Brasil
Mauro Cassane
Image, Divulgação
O negócio foi concluído neste mês de julho. Depois de anos à venda, o Grupo Iveco passa agora às mãos da Tata Motors que ficou com divisão de veículos comerciais e deixou a divisão de defesa de fora. O valor anunciado foi de cerca de 3,8 bilhões de dólares (operação feita em dinheiro, sem financiamento algum). A divisão de defesa da Iveco, no valor de € 1,7 bi, foi vendida separadamente ao grupo Leonardo
Embora o martelo já tenha sido batido, a operação deve se concretizar até o primeiro semestre de 2026 e visa ampliar a presença global do Tata, especialmente na Europa, América e América Latina (ainda é prematuro para saber como pode ficar a presença da marca indiana no Brasil).
Atualmente, a Tata Motors é um gigante automotivo indiano, com atuação em mais de 175 países e presença relevante em África, Oriente Médio, América Latina e Sudeste Asiático. A empresa atua com automóveis, ônibus e caminhões (com versões elétricas em todos os segmentos).
A empresa está investindo cerca de US$ 4,1 bi nos próximos cinco anos em EVs e veículos limpos, visando dobrar seu portfólio e atingir meta de 30% das vendas em EVs na Índia até 2030
Vale destacar que a Tata Motors adquiriu a lendária Jaguar Land Rover (JLR) em 2008, que pertencia à Ford. Foi um ótimo negócio para a Land Rover uma vez que a Tata manteve integralmente a identidade e engenharia britânica (provável que faça o mesmo com a Iveco). Além disso, investiu pesadamente em inovação, especialmente em veículos elétricos e híbridos e ampliou a linha de produtos com lançamentos como o Range Rover Velar, Defender de nova geração, Jaguar I-PACE (100% elétrico), entre outros.
Hoje, a JLR é um dos ativos mais valiosos do grupo Tata e tem registrado lucros recordes nos últimos trimestres, contribuindo fortemente para o caixa e a reputação tecnológica da Tata Motors globalmente.
Tecnologia e produtos consolidados: a Iveco traz caminhões, ônibus e powertrains consolidados no mercado europeu — tecnologias que poderão complementar e modernizar a linha da Tata, especialmente em eletrificação nos segmentos pesados.
A aquisição da Iveco pode sim trazer mudanças para o mercado brasileiro, embora ainda seja muito prematura para qualquer avaliação. Mas agora essa força competitiva global que combina o alcance da Tata na Ásia e África com a expertise da Iveco na Europa e Brasil certamente vai mexer com a concorrência frente a marcas como Mercedes-Benz, Scania, DAF e Volvo.