Operação Itacoatiara visa minimizar impactos climáticos e assegurar a continuidade das operações industriais no estado do Amazonas
Redação TranspoData
Foto Super Terminais, Divulgação
As previsões climáticas para 2024 indicam um período de seca ainda mais severo, levando o Super Terminais a tomar medidas proativas para minimizar o impacto na indústria regional com a Operação Itacoatiara, desenvolvida por Heitor Augusto de Souza Lima, engenheiro naval da empresa PGE. A equipe envolvida no projeto se concentrou em criar uma solução complexa, mas essencial para o funcionamento da indústria amazonense.
De acordo com o plano, a operação ocorrerá no município de Itacoatiara, em área adquirida exclusivamente para o uso do Super Terminais, sendo o único porto com área própria para realizar tal operação. A área conta com espaço de 300 mil metros quadrados, na margem esquerda do Rio Amazonas, com acesso rodoviário asfaltado pela estrada do Aeroporto de Itacoatiara, e a apenas 1,4 km do porto público local.
O módulo da operação será posicionado a 100 metros da margem, com uma profundidade de 34 metros de calado, o que permite a recepção de todos os tipos e tamanhos de navios operados atualmente, sem dificuldades. A navegação entre Itacoatiara e Manaus será otimizada, com tempo de viagem estimado em 18 horas na ida (108 milhas náuticas ou aproximadamente 200 quilômetros) e 12 horas na volta.
A Operação Itacoatiara focará no transbordo de contêineres, com estrutura disponível de setembro a dezembro ou até que o calado do rio seja normalizado. Um píer flutuante de 240 metros de comprimento e 24 metros de largura será instalado, equipado com três guindastes Konecranes ESP10, cada um com 64 metros de lança e alimentados por quatro geradores de 500 Kva, incluindo um gerador de backup.
As operações ocorrerão 24 horas por dia, sete dias por semana, em três turnos. O objetivo principal é descarregar 100% da carga dos navios e seguir com a operação de balsas até o porto de Manaus. “A Operação Itacoatiara é uma iniciativa para amenizar os impactos da seca na indústria amazonense, não apenas mantendo o escoamento da produção da Zona Franca durante períodos de vazante severa, mas também contribuir para a estabilidade econômica da região”, afirma o diretor do Super Terminais, Marcello Di Gregorio.
Além dos guindastes, a operação contará com plataformas elevatórias, empilhadeiras e todos os equipamentos necessários para as atividades de manutenção e operação. Serão providos suprimentos como óleo diesel, serviços complementares para apoio de atracação de navios, serviços especializados em mergulho e para demais tipos de reparos necessários em operações portuárias. A operação contará com suporte técnico abrangente, incluindo segurança 24 horas, equipe médica, sistema de coleta de resíduos, internet para acompanhamento em tempo real, base de apoio terrestre para alimentação, abastecimento de água potável e rede de combate a incêndios.
Em 2023, o Amazonas enfrentou a maior seca de sua história, que afetou drasticamente a indústria local, com prejuízo avaliado em mais de R$ 1 bilhão, de acordo com o Centro da Indústria do Estado. A principal via de escoamento da produção industrial é por rios e a redução extrema dos níveis dos leitos fluviais devido à seca dificultou ou impossibilitou a navegação de embarcações de grande porte.