Expectativa é que sejam entregues em torno de 33 mil unidades
Redação TranspoData
Foto Sobratema, Divulgação
Acompanhe íntegra do webinar em
Após um primeiro semestre de estabilidade, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção estima um crescimento de 3% nas vendas de equipamentos da linha amarela (movimentação de terra) em 2024, alcançando venda superior a 32,9 mil unidades. Com isso, o mercado reverte o resultado negativo do ano passado, que apresentou queda de 18%.
A apresentação do estudo ocorreu durante webinar organizado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema). De acordo com o consultor Mario Miranda, coordenador do estudo, o setor viveu um ciclo de crescimento entre 2010 e 2014, com média de 29,6 mil equipamentos vendidos no período. “Em 2020, se iniciou um novo período de alta e, até este ano, a média de máquinas comercializadas chegou a 31,9 mil, o que representa um ciclo bastante positivo”, afirmou.
O resultado projetado está relacionado às obras de infraestrutura e do Programa Minha Casa Minha Vida, ao aumento das locações de máquinas, aos movimentos gerados pelo agronegócio e à mineração e à retomada de aquisição de máquinas no primeiro semestre de 2024. De outro lado, há desafios para o setor, principalmente, a dificuldade de acesso ao crédito, a alta taxas de juros e inflação, o receio quanto ao aumento da carga tributária com a reforma e o aumento dos custos operacionais, devido à escassez de mão de obra e elevação do preço dos insumos.
Para Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, a questão do crédito está ligada não apenas à alta taxa de juros, mas também ao maior rigor para aprovação desses financiamentos. Também comentou sobre a dificuldade para atrair jovens para esse mercado, o que tem levado empresas a investir cada vez mais em educação, qualificação e capacitação profissional.
Andrea Zámolyi Park, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Rodoviárias da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, reforçou esta realidade. “A modernização das máquinas, com mais tecnologia embarcada, exige uma preparação ainda maior dos operadores. Ou seja, é preciso prover treinamento. Por isso, a indústria tem realizado programas sociais de educação com foco em tecnologia, engenharia e matemática para despertar o interesse dos jovens pelo setor”, listou.
De acordo com Luciano Rocha, diretor comercial da Armac, a companhia trabalha com programas de formação e capacitação de jovens e profissionais a fim de proporcionar uma carreira interessante no segmento. “Em razão da nossa escala, precisamos de maneira intensiva de pessoas para manutenção e para operação”, explicou. Também ponderou sobre o crescimento da empresa no primeiro semestre, acompanhando o cenário positivo do setor de locação.
O relatório da Sobratema trouxe um dado que mostra a evolução dos negócios do mercado de equipamentos: a frota parada alcançou o menor índice, com 14% em média ponderada. “Essa redução tem sido crescente desde 2017, quando a média era de 57%”, destacou Miranda, que tratou também das tendências de mercado. Para 29% das construtoras, locadoras e dealers participantes do estudo, ainda haverá uma preferência por máquinas à combustão, enquanto 26% avaliam a oferta de equipamentos híbridos (combustão e elétricos).
Estimativa para todo o setor
Dividida em dois grupos, o estudo contemplou as demais categorias de máquinas. Em demais equipamentos, é estimada a venda de 8.117 unidades, alta de 8% sobre o ano anterior. O maior volume se concentra em plataformas elevatórias, com expectativa de 5,1 mil unidades, crescimento de 2%. Também é esperada a reação em caminhões betoneiras, na ordem de 27%, com 1,5 mil veículos.
Outro grupo é o de tratores pesados de pneus, com expectativa de redução na ordem de 8%, para 720 unidades. Já em caminhões rodoviários é estimado crescimento de 1%, com 20.699 veículos. Na soma dos demais equipamentos com os da linha amarela, a Sobratema projeta venda de 53.617 unidades, 1% acima do realizado em 2023.
