Montadora lança veículos especiais de olho na perspectiva de expansão dos segmentos de mineração, cana de açúcar e madeira em 2024

Por Mauro Cassane  

Scania, Divulgação

Depois de lançar a Linha Super (modelos mais Premium de veículos), ano passado, a Scania acaba de complentar seu portfólio agora com produtos especialmente desenvolvidos para o segmento off-road (cana de açúcar, madeira, mineração e contrução). O lançamento mundial dos novos modelos “Super” aconteceu aqui no Brasil, neste início de dezembro, e contou com a presença de clientes e revendas da Scania de boa parte da América Latina, África e Ásia.

Naturalmente são caminhões que atendem as novas regras de emissão estipuladas pelo Proconve P8 (mesmo do Euro 6). De acordo com Paulo Moraes, Vice-Presidente de Vendas e Marketing da Scania para a América Latina, esse lançamento, já no final de 2023, tem alvo certo. “Os segmentos de mineração, florestal, canavieiro e construção civil estão com positivas perspectivas de forte expansão no ano que vem e temos que ter produtos renovados para atender essa demanda extremamente técnicas e exigentes”.

Para Fabricio Vieira, gerente de vendas de Soluções Off-Road da Scania Operações Comerciais Brasil, a nova linha de caminhões fora-de-estrada permitirá que a Scania tenha condições de aumentar suas vendas nestes segmento em crescimento.

“Acompanhando as projeções das entidades que representam os setores da mineração, canavieiro, madeireiro e da construção, não há nada que, neste momento, mude o cenário de otimismo da Scania para um mercado superior em 2024 em relação a 2023. Somando os quatro segmentos acreditamos em um volume geral da indústria 5% maior em 2024”, comenta o executivo.

Segundo Vieira, a Scania já tem pedidos firmados que somam mil caminhões off-road (70% da Linha Super lançada neste final de ano) para o primeiro semestre do próximo ano. E 115 unidades são os caminhões Scania modelo G 560 8X4 Heavy Tipper (lançado agora) já encomendados por empresas que atuam com mineração em Minas Gerais.

Cada caminhão deste tipo, considerando essa linha Premium, sai por volta de 1,3 milhão de reais. Na média, mesmo os off-road mais em conta, o valor bate um milhão de reais. Com ventos a favor, e produtos mais modernos, a Scania já tem mais de 1 bilhão de reais garantidos em faturamento para o primeiro semestre de 2024 só para este setor. No segmento de mineração a empresa tem 35% de participação do mercado com esses produtos, na cana de açúcar é líder, com 46,5% e,  no florestal, a participação bate em 20%. “Com esses veículos, mais eficientes e tecnológicos, temos espaço para expandir nossa partipação nesses segmentos que serão fortemente compradores no próximo ano”, diz Vieira.

De acordo com o executivo, os modelos que irão puxar vendas em 2024, por segmento, serão: 560 G 8×4 XT Heavy Tipper Super (mineração), 560 G 6×4 XT Super (canavieiro), 560 G 6×4 XT Super (madeireiro) e 460 G 6×4 XT Super (construção). Todos eles lançados neste início de dezembro.

Na mineração, a linha Super chega com  os modelos  G 460 6×4 e G 560 8×4 Heavy Tipper – ambos de motor 13 litros – e R 660 V8 10×4 Heavy Tipper (16 litros). Para operações de cana e madeira, a linha Super é formada pelos cavalos mecânicos G 560 6×4 e R 560 6×4 – ambos com o motor 13 litros e especificados para um peso bruto total combinado (PBTC) de 74 toneladas, atuando em operações mistas de médios e longos trajetos rodoviários. Além da opção para a cana com PBTC de 91 toneladas, que começou a ser explorada no mercado neste ano.

A grande sacada da engenharia da Scania foi mexer na transmissão desses caminhões. A troca passou a ser mais rápida que, em operações nas duras condições fora de estrada, passa a ser uma significativa vantagem operacional favorecendo o arranque, especialmente em rampas mais acentuadas (muito comum nas minas do Brasil). A caixa de câmbio vem com uma sessão planetária reforçada, chamadas G25CH e G33CH, e carcaça em alumínio (é 80 kg mais leve que sua geração anterior).

Diferente de operações rodoviárias, no trabalho off-road mais importante que potência para ganhar velocidade é o torque elevado que assegura força para tracionar mais de 50 toneladas e, sobretudo, potência de frenagem para segurar o caminhão carregado em declives de arrepiar. Por isso a engenharia da Scania incorporou aos freios  o CRB (freio de liberação de compressão, que chegou com a gama Super em 2022), e o auxiliar hidráulico Scania Retarder – juntos de série. A força de ambos, somada, chega a 1.153 cv de potência.

Didático, o engenheiro Marcelo Gallao, diretor de desenvolvimento de negócios da Scania, comenta que a maioria dos acidentes simples, de tombamento de caminhão, acaba resultando a morte do motorista. “Esse tombamento lateral causa choque brutal na cabeça e, infelizmente, em muitos casos o motorista vem a óbito”. Pensando nisso, e como operação fora de estrada as condições são sempre propícias para casos de tombamento, os novos modelos chegam com pacote de segurança airbag frontal e o lateral de cortina (segundo a Scania, uma exclusividade neste segmento). Para completar, o que deveria ter em todo veículo, vem com bafômetro. Para ligar o caminhão, tem que assoprar antes. Se estiver com algum nível mínimo de álcool no corpo, o sistema simplesmente impede  caminhão de ser ligado.

 

 

 

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