Desvendamos os segredos que fazem da Sprinter campeã de vendas
Mauro Cassane
Imagem, Divulgação
A Sprinter 417, sozinha, tem 55,39% do mercado de veículos comerciais semileves, na categoria enquadrada como “caminhão”. Que também serve a funcionalidade chassi-cabina. Não entra no mesmo grupo das pequenas picapes, por exemplo, também classificadas como “comerciais leves”, como outra campeã de vendas, a pequena picape Strada, da Fiat.
Nesta categoria de “caminhões semileves”, a Mercedes-Benz domina completamente. Não é um mercado com volume grande, mas tem boa representatividade e visualização. Até porque, por sua flexibilidade de utilização, esses veículos são usados não apenas para transporte de carga, mas também para levar passageiros.
A Sprinter, a bem da verdade, é mais conhecida ao levar passageiros. É largamente utilizada em turismo receptivo e, também, no fretamento. Foram 2.344 unidades só deste modelo vendidas no ano passado. E nem é o produto mais em conta: faixa de preço médio, considerando diversas versões, bate 250 mil reais.
Era um segmento que, há uns cinco anos, era plenamente dominado pelo modelo Daily, da Iveco. Agora as Daily ficam com terceira e quarta posição pois primeiro e segundo lugar imperam as Sprinter. Em segundo lugar fica o modelo Sprinter 517, maior, e com maior capacidade de carga. No fim, Sprinter e Daily praticamente dominam esse mercado que também compra Foton Aumark 315 (que entrou agora e já está dando trabalho pois ficou na sexta posição de vendas) e o VW Delivery 6.160, que ficou logo depois do Foton, em sétima posição.
Mas vamos falar da Sprinter. Andamos na campeã de vendas. O modelo 417. Pegamos a versão passageiro mais básica 15 + 1. E, para falar logo o que interessa: é potente e confortável.
Equipada com um motor diesel de 4 cilindros em linha com 170 cv e torque de 40,8 kgfm, é possível encarar rampas íngremes sem pipocar. E tem ainda a função que funciona bem com a transmissão manual de velocidades: o hill hoder, segura o veículos por até 5 segundos quando você solta o pé da embreagem e pisa no acelerador. É o suficiente.
O tanque de combustível comporta 71 litros e o computador de bordo diz que ela pode rodar 800 quilômetros com isso. Pode ser. Talvez vazia. Rodamos com 400 quilos. Leve até. Aferimos o consumo médio, misturando estrada com cidade, deu 10,9 km/l.
Na estrada o desempenho é muito bom. A suspensão dianteira adota o sistema McPherson, complementado por molas helicoidais e amortecedores hidráulicos, enquanto a traseira utiliza um eixo rígido, feixe de molas parabólicas e amortecedores hidráulicos, entregam o que todo motorista profissional almeja: conforto depois de horas ao volante.
A liderança do mercado pode residir neste ponto: é confortável e tem bom desempenho tanto na lida urbana como, igualmente, na rodoviária. A versão mais básica que testamos é, de fato, muito simples, quase espartana.
Só tem um rádio simples onde deveria ter, como as demais, uma tela multimídia mais digital. E também não vem com um item que deveria ser indispensável: câmera de ré. Outro ponto que falta: um bom e seguro compartimento para apoiar o celular.
As versões mais sofisticadas entregam esses itens de comodidade. Mas a básica deveria ter o que mencionamos acima. Por ser versátil: ter opções para trabalho bruto (como ambulâncias) e, também, para operações com passageiros mais exigentes destaca-se neste segmento.
Mas para entender melhor a liderança deste modelo, conversamos com Fabio Fernandes Silva, Head de Vendas Vans da Mercedes-Benz Cars & Vans Brasil:
“As versões 417 e 517 da linha Sprinter são exemplos claros de como a qualidade do veículo e a compreensão das necessidades dos clientes podem transformar um produto em líder de mercado”. Segundo o executivo, existem uma série de razões que explicam por que esses modelos têm mantido uma posição de liderança no segmento de veículos semileves: “um dos principais fatores é o forte posicionamento da Sprinter no mercado”.
Para Silva, “a versatilidade e a adaptabilidade do nosso produto trazem a flexibilidade que é um dos grandes diferenciais da linha, permitindo que cada cliente encontre uma solução sob medida para suas operações”.
Em nossa avaliação em campo notamos um fator importante: robustez. O executivo aborda esse ponto: “em um setor onde a robustez e a confiabilidade são requisitos fundamentais, a Sprinter se sobressai com uma construção sólida e qualidade de materiais que garantem longevidade e resistência, mesmo em condições de operação severas. Além disso, o suporte contínuo e a vasta rede de concessionários e oficinas autorizadas contribuem para a manutenção da confiança dos clientes na marca”.