Os efeitos do recente aumento dos preços dos combustíveis já começaram a ser sentidos nos postos de gasolina no fim de semana. Isso após o anúncio mais recente da Petrobras, que entrou em vigor no sábado. Esse cenário está fazendo com que as organizações de caminhoneiros de todo o país considerem uma nova greve.
O novo reajuste no preço dos combustíveis anunciado nesta sexta-feira, (17), pela Petrobras encurralou o governo e a campanha do presidente Jair Bolsonaro , que vê no avanço da inflação o principal obstáculo para o seu projeto de reeleição em outubro. Pouco depois do anúncio da companhia, Bolsonaro e aliados dispararam ameaças de retaliação contra a empresa, seu presidente, José Mauro Ferreira Coelho, e os demais executivos – entre elas a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigá-los. O presidente da Câmara, Arthur Lira , disse à Folha que “vai para o pau” para “rever tudo de preços” de combustíveis. Também viraram instrumentos de pressão uma possível taxação de lucros extraordinários das empresas de petróleo e eventuais sanções do Conselho Administrativo de Defesa Econômica à Petrobras em caso de comprovado abuso de poder dominante.
De acordo com aliados, a revolta de integrantes do Planalto e de congressistas alinhados ao governo se deve ao fato de o reajuste ofuscar os efeitos esperados com a aprovação, pelo Congresso, de um teto para o ICMS, imposto estadual, sobre combustíveis. Agora, porém, o alívio deve ser anulado pela decisão da Petrobras. Já o impacto sobre o diesel seria quase nulo, uma vez que muitos estados cobram alíquotas menores sobre esse combustível. Um impacto maior, de até R$ 0,76 no litro do diesel e R$ 1,65 na gasolina, era projetado com o pacote mais amplo, que inclui o corte de tributos federais sobre gasolina e etanol e uma Proposta de Emenda à Constituição para repassar até R$ 29,6 bilhões aos estados em troca de eles zerarem alíquotas de ICMS sobre diesel e gás.
Integrantes da campanha do presidente sempre viram o aumento nos combustíveis como o maior empecilho para a chapa encabeçada por Bolsonaro. Bolsonaro está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva . A categoria integra a base de apoio do presidente, mas é constantemente monitorada pelo Planalto devido aos riscos de greve. Desde a noite de quinta-feira, 16, Bolsonaro, Lira e os ministros Paulo Guedes , Adolfo Sachsida e Ciro Nogueira vinham conversando entre si com a certeza de que haveria um reajuste.
Diante da iminência do anúncio, Lira chegou a ligar para o presidente da Petrobras ainda na quinta-feira para tentar reverter a decisão. O presidente da Câmara também afirmou que José Mauro “está sacaneando” e que um aumento do tipo”é um absurdo”. Na visão de Bolsonaro e aliados, o aumento foi aprovado porque o presidente da Petrobras e outros executivos da empresa já foram demitidos publicamente em maio , ainda que permaneçam temporariamente nos cargos. A investida ganhou novo reforço nesta sexta, com Lira reivindicando publicamente que o atual presidente da Petrobras renuncie ao cargo.
Em entrevista a uma emissora do Rio Grande do Norte nesta sexta, Bolsonaro acusou Coelho de boicotar Sachsida e elencou os instrumentos de pressão a serem usados pelo governo contra o atual comando da empresa. “A ideia nossa é propor uma CPI para investigarmos o presidente da Petrobras, os seus diretores e o conselho administrativo e fiscal”, declarou. Bolsonaro também deixou claro que a substituição de José Mauro Coelho tem por objetivo segurar os preços. O presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, também voltou a colocar pressão sobre a Petrobras e sinalizou que a empresa pode sofrer sanções por causa da alta de preços.
À Folha, Cordeiro disse que “a Petrobras não parece muito preocupada com sua imagem”. A Petrobras também pode sentir a pressão pela via financeira, com a proposta de aumento da taxação do lucro da companhia sobre a mesa. Hoje, a empresa paga uma alíquota de 9% de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido .
O novo reajuste do preço dos combustíveis, anunciado pela Petrobras nesta sexta-feira, encurralou o governo e a campanha do presidente Jair Bolsonaro, que vê o aumento da inflação como o maior obstáculo ao seu projeto de reeleição em outubro. Logo após o anúncio da empresa, Bolsonaro e seus aliados ameaçaram a empresa com represálias contra seu presidente, José Mauro Ferreira Coelho, e outros executivos – entre os quais foi formada uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigá-los. O presidente da Câmara, Arthur Lira , disse à Folha que “vai para o pau” para “rever tudo de preços” de combustíveis.
Segundo aliados, a revolta de parlamentares do Planalto e de parlamentares alinhados ao governo decorreu do fato de a regulamentação ofuscar os efeitos esperados com a aprovação pelo Congresso de um teto para o ICMS, imposto estadual sobre combustíveis. Agora, porém, o auxílio precisa ser revogado por decisão da Petrobras. Como muitos estados cobram taxas mais baixas por esse combustível, o impacto no diesel será praticamente zero. Prevê-se um impacto maior, com a redução dos impostos federais sobre gasolina e etanol e o pacote mais amplo da Proposta de Emenda à Constituição, até R$ 0,76 para o litro de diesel e R$ 1,65 para a gasolina. R$ 29,6 bilhões aos estados pela alíquota zero de ICMS sobre diesel e gás.
Membros da campanha do presidente sempre viram o aumento dos preços dos combustíveis como o maior obstáculo à chapa liderada por Bolsonaro. Bolsonaro é o segundo nas pesquisas, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A categoria faz parte da base de apoio do presidente, mas é constantemente monitorada pelo Planalto devido aos riscos de greve. Desde a noite desta quinta-feira, 16, Bolsonaro, Lira e os ministros Paulo Guedes, Adolfo Sachsida e Ciro Nogueira conversam, confiantes de que haverá uma reorganização.
Diante do anúncio iminente, Lira chegou a ligar para o chefe da Petrobras na quinta-feira para tentar reverter a decisão. O autarca afirmou ainda que José Mauro “abriu uma lacuna” e que tal aumento foi “absurdo”. Na visão de Bolsonaro e seus parceiros, o aumento foi aprovado porque o presidente da Petrobras e outros executivos da empresa foram demitidos publicamente em maio, apesar de seu cargo interino. A ofensiva se fortaleceu ainda mais nesta sexta-feira, quando Lira exigiu publicamente que o atual chefe da Petrobras renuncie ao cargo.
Em entrevista a uma emissora do Rio Grande do Norte nesta sexta, Bolsonaro acusou Coelho de boicotar Sachsida e elencou os instrumentos de pressão a serem usados pelo governo contra o atual comando da empresa.
Os efeitos do recente aumento dos preços dos combustíveis já começaram a ser sentidos nos postos de gasolina no fim de semana. Isso após o anúncio mais recente da Petrobras, que entrou em vigor no sábado. Esse cenário está fazendo com que as organizações de caminhoneiros de todo o país considerem uma nova greve.
A Associação Brasileira de Motoristas recebeu informações sobre esse aumento com indignação e nesse contexto não descarta uma greve dos caminhoneiros. Segundo a entidade que representa a categoria, o país voltará a parar se essa política de preços, considerada “cruel”, for mantida.