Produto está alinhado com a estratégia da fabricante em elevar a participação no segmento comercial
Roberto Hunoff
Fotos Dunlop, Divulgação
Após três anos de desenvolvimento e mais um período de testes em usinas canavieiras, a Dunlop iniciou em fevereiro as vendas do pneu SP926, novo produto para o segmento de caminhões. Com indicação para uso em trajetos mistos, desde asfalto até terrenos de terra, lama e pedras, ele se soma ao já comercializado SP571, com a diferença de ser para eixos de tração, enquanto o primeiro modelo é para direcionais. Inicialmente, a venda será somente na medida 205/80R22.5, com projeção de a opção 275 ser incorporada no final do semestre.
A empresa fez a apresentação do pneu à imprensa especializada e a distribuidores na terça-feira (27/02), em sua planta industrial localizada em Fazenda Rio Grande (PR). O momento também serviu para a participação do ator Eriberto Leão, protagonista da campanha de marketing do novo produto.
O principal mercado é o canavieiro, que apresenta potencial junto a 430 usinas, mas também tem aplicações em terraplenagem, pedreiras e coleta de lixo. O produto participa do segmento off e on road, que representa 19% do total do mercado. Veículos rodoviários e regionais absorvem 67% e os urbanos, 14%.
Célio Queiroz, coordenador de vendas da Sumitomo Rubber do Brasil, destacou que nos testes de campo, o SP926 demonstrou melhor custo por quilômetro quando comparado a outros pneus utilizados em frotas, além de ser produzido utilizando a exclusiva tecnologia desenvolvida pela própria Sumitomo, o TAIYO (Sun) System, que possibilita a produção sem emendas nas partes de borracha.
O executivo assinalou que, por meio tecnologia e seus compostos, o SP926 redefine os padrões de resistência contra cortes, arrancamentos e picotamentos. O talão possui um reforço de nylon, assegurando elevado índice de recapabilidade, o que resultará na redução dos custos por quilômetro e elevará a performance do segmento a novos patamares.
Aponta que o novo design vem com sulcos mais largos para uma autolimpeza eficaz e aderência inabalável. Os sulcos 31% mais profundos em comparação ao modelo anterior redefinem a tração em condições adversas, resultando em um aumento de 43% na performance quilométrica. A incorporação de nylon no talão eleva a durabilidade e confiabilidade da carcaça, prolongando a vida útil do pneu em qualquer cenário.
50% adicionais na capacidade instalada
Com planta industrial ativa no Brasil desde 2013, uma das 12 no mundo, a Dunlop concluirá no final de 2025 a integralização do valor de R$ 2,5 bilhões destinados ao início de operação e expansões consolidadas nos anos seguintes. Na primeira fase, o investimento foi de R$ 1,6 bilhão para a construção da fábrica, que iniciou com capacidade produtiva de 2 mil pneus, número que alcançará 20 mil com as expansões em andamento. Com parte já aplicada, o valor de R$ 1 bilhão restante será investido até o final de 2025. A planta atual tem 175 mil m² de área construída e ocupa terreno de 500 mil m², que tem condições de atender futuras ampliações, que devem ser definidas a partir de 2026 para um período até 2029.
Com estes movimentos, a empresa projeta elevar a capacidade de produção para 30 mil unidades por dia, ampliando volumes para o segmento comercial, que hoje tem participação na casa de 7%, com 1,5 mil unidades. A estimativa de Rodrigo Alonso, diretor nacional de vendas e marketing da Dunlop Pneus, é chegar a 3 mil pneus por dia, representando o dobro do atual e 10% do total da futura capacidade instalada.
Para consolidar estes objetivos, a empresa mantém negociações avançadas com montadoras para participar de novos projetos já em desenvolvimento. No momento, no segmento comercial, a marca atende diretamente IVECO, Volare e Volkswagen Ônibus e Caminhões. No segmento de leves, principal mercado da companhia, o fornecimento já é feito para a Toyota, o maior cliente, Honda, Fiat e Volkswagen.
O gerente de tecnologia de produção da planta, Alex Rodrigues, ressaltou a fundação da marca em 1909, na cidade de Kobe, no Japão, onde tem quatro plantas. A expansão teve início em 1997, com a primeira fábrica na Indonésia, seguindo-se China, com duas unidades; Tailândia, a maior do grupo; Brasil, África do Sul, Turquia e Estados Unidos.
No Brasil, a planta, com elevado índice de automatização, iniciou com 565 trabalhadores. O grupo atual é de 1,9 mil e deve chegar a 2,2 mil no final do próximo ano. O mercado comercial começou a ser atendido no Brasil em 2020. A venda dos produtos é feita por meio de 10 distribuidores localizados em diferentes pontos do país.