Iniciativa é da AngloGold Ashanti em área de mina na cidade de Sabará
Redação TranspoData
Foto Divulgação
Com foco em uma mineração sustentável e segura, a AngloGold Ashanti inicia, em março, a operação da carregadeira 100% elétrica na Mina Cuiabá, em Sabará, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Comparado com a versão tradicional a diesel, o veículo é zero carbono, funciona a baterias, e tem sistemas com taxas mínimas de emissão de calor e ruídos, aumentando a segurança. O equipamento possui ainda o aumento potencial de 8% em produtividade de carregamento, em razão do ganho em velocidade e deslocamento gerado pelo torque instantâneo.
O veículo foi apresentado a equipes técnicas em evento realizado, na Mina Cuiabá, antes de descer para o subsolo, onde iniciará a operação. A aquisição coloca a produtora de ouro na vanguarda no setor minerário, uma vez que esta é a primeira carregadeira 100% elétrica do Brasil a operar em uma mina subterrânea.
A mina Cuiabá é uma das operações mais profundas do Brasil, com mais de 1.600 metros de profundidade. “Este é mais um importante passo na estratégia de descarbonização da AngloGold Ashanti com foco nos pilares de sustentabilidade e inovação. Já temos implementados na mina Cuiabá sistema autônomo de carregamento e de monitoramento de pessoas no subsolo, além da perfuração autônoma. Agora, estamos adquirindo a primeira máquina 100% elétrica para subsolo”, destaca Luis Otávio de Lima, diretor das operações Cuiabá.
A eletrificação da frota faz parte das ações da AngloGold Ashanti rumo à meta Net Zero, de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. Em 2022, a empresa reduziu em 33% a emissão de dióxido de carbono (CO₂), na comparação com o ano anterior. Para chegar a este cenário, manteve 100% do consumo de energia elétrica proveniente de fonte renovável certificada, sem emissões de carbono associadas. Outros projetos de eletrificação da frota estão em andamento para o alcance das novas metas.
Benefícios da carregadeira
A Epiroc Scooptram ST14, modelo que irá operar no subsolo da mina Cuiabá, apresenta grandes diferenciais. “A tecnologia elétrica garante uma operação mais silenciosa e eficiente, eliminando completamente as emissões de gases. Isso não só melhora a segurança e a produtividade, mas também reduz significativamente os custos operacionais. Ela é movida a baterias de íon-lítio que podem ser trocadas no próprio local para uma operação contínua pelo tempo que for necessário”, explica André Balhestero, gerente nacional de vendas da Epiroc.
Todos os componentes sujeitos a manutenção, tais como filtros e blocos de válvulas e pontos de lubrificação diários são de fácil acesso, o que permite intervalos mais longos entre manutenções. A redução da quantidade de partes móveis em relação a um motor a diesel também contribui para um menor custo total de manutenção. A necessidade de sistemas de ventilação complexos é reduzida já que o motor elétrico emite menos calor em comparação ao motor a diesel, aumentando a segurança e permitindo que os operadores trabalhem com mais qualidade e, portanto, maior produtividade, além de favorecer o alcance de profundidades maiores.
Outro ponto importante é que a operação da Epiroc Scooptram ST14 significa uma redução de aproximadamente 9.120 litros de óleo diesel/mês, o que corresponde a uma queda de 500 quilos de emissões de CO2 durante um turno de seis horas e de 285 toneladas ao longo de um ano. O valor do investimento inicial é de aproximadamente R$ 11 milhões, para um período de 18 meses de locação, e de mais R$ 2,7 milhões em infraestrutura.
Posteriormente, o projeto de eletrificação de frotas prevê a expansão para as demais carregadeiras da empresa, bem como para os caminhões de transporte de minério. Veículos leves e frota de apoio também podem estar no escopo. O planejamento da empresa é substituir mais duas carregadeiras a diesel por equipamentos elétricos até 2025 e concluir o processo com toda a frota deste tipo de veículo, nas Operações Cuiabá, até o final de 2027.