Leilões e concessões rodoviárias previstos para 2025 devem gerar R$ 161 bilhões em investimentos
Academia do Transporte
Imagem, Divulgação
Leilões e concessões rodoviárias previstos para 2025 devem gerar R$ 161 bilhões em investimentos, abrangendo cerca de 8.400 km de estradas. Este pacote, considerado o maior da história em concessões rodoviárias no Brasil, faz parte da Nova Política de Outorga, alinhada ao Novo PAC, que destina R$ 185,8 bilhões apenas para rodovias no triênio.
Segundo Renan Filho, do governo federal, “Hoje o ministério é uma máquina que tem capacidade de receber projeto de um lado e entregar leilão de outro com mais agilidade.” Já Viviane Esse ressalta: “Pela primeira vez temos projetos nas cinco regiões…”, evidenciando a abrangência nacional dos leilões.
Panorama dos projetos: leilões e otimizações
A seguir, a lista dos leilões previstos para 2025, com base em anúncios governamentais e cronogramas divulgados pela imprensa:
Leilões novos e otimizados (15 no total):
BR-364/RO – Rota Agro Norte (Porto Velho–Vilhena): 27 de fevereiro
Ponte Binacional São Borja–Santo Tomé (Brasil–Argentina): previsto para abril
BR-040/RJ–MG (Juiz de Fora – Rio de Janeiro): 30 de abril
Rota de Celulose (BR-262, 267, MS-040, 338, 395): previsto para maio
Otimização ECO101 (BR-101/ES–BA): maio
Otimização Autopista Fluminense (BR-101/RJ): maio
Otimização MVIA (BR-163/MS): maio
Rota Agro (BR-060/364, GO–MT): agosto
Rodovias Integradas do Paraná – Lote 4: setembro
Rodovias Integradas do Paraná – Lote 5: setembro
BR-116/BA–PE (Feira de Santana – Salgueiro): outubro
Rotas Gerais (BR-116/251, MG): novembro
Rota Agro Central (BR-070/174/364, MT/RO): dezembro
Rota Integração do Sul (BR-116/158/392/290, RS): dezembro
Rota do Recôncavo (BR-116/324, BA): dezembro
Otimizações contratuais confirmadas:
Além dos novos leilões, três otimizações contratuais já tinham leilão confirmado para maio de 2025, envolvendo BRs que passam por readequações de contratos antigos com obras paralisadas, com previsão de R$ 38 bilhões em investimentos.
Análise do impacto para o transporte de cargas
Benefícios esperados:
Maior integração regional: com projetos distribuídos por todas as cinco regiões do país, o setor logístico ganha em conectividade e cobertura territorial
Eficiência logística: trechos como a Rota Agro (GO–MT), Rota de Celulose (MS) e Rota do Recôncavo (BA) visam facilitar o escoamento da produção agrícola e industrial.
Free flow e redução de tempo: trechos como a Autopista Fluminense e ECO101 devem ter pedágios eletrônicos, reduzindo paradas e tempo de viagem.
Reativação de obras paralisadas: otimizações como as da BR-163/MS e outras trazem recuperação imediata de trechos degradados.
Menor ônus ao Estado: o modelo baseado em concessão com investimento privado reduz pressão fiscal, mantendo sustentabilidade
Riscos e desafios:
Execução e fiscalização: será essencial garantir que as concessionárias cumpram as obras e não deixem pendências.
Equilíbrio tarifário: manter os pedágios a um nível acessível para transportadoras, evitando repasse excessivo nos fretes.
Dependência de autorizações: alguns leilões podem ser adiados dependendo da aprovação pelo TCU ou ANTT
Cronograma apertado: até maio, apenas 4 dos 15 leilões foram efetivamente realizados, gerando expectativas por aceleramento no segundo semestre
O Brasil entra em 2025 com o maior plano histórico de concessões rodoviárias: R$ 161 bilhões destinados a modernizar e expandir 8,4 mil km de rodovias, em 15 leilões distribuídos regionalmente. A iniciativa representa uma virada na infraestrutura logística, com ganhos em eficiência, sustentabilidade e segurança para o transporte de cargas – desde o agronegócio até o setor industrial. Mas a execução rigorosa e o equilíbrio tarifário serão determinantes para que esse ambicioso pacote realmente transforme o setor.