Enquanto mercado de carros esfria, de caminhões segue aquecido.

Resultados divulgados pela Anfavea reforçam que enquanto vendas de automóveis encolhe, cresce licenciamentos de novos caminhões no País.

O mercado de caminhões no Brasil começa este ano já em franco aquecimento. Em janeiro foram emplacados no País 8,7 mil veículos contra 7,5 mil no mesmo mês do ano passado. Comparando este primeiro mês do ano com o do ano passado, o crescimento foi de 15,5%. Tradicionalmente janeiro é um mês fraco, no geral, para o comércio. Bem diferente de dezembro, que é exatamente o oposto. Em dezembro passado foram comercializados 11,9 mil caminhões.

Os resultados do segmento de caminhões chamam atenção quando se nota uma desaceleração acentuada nas vendas de automóveis de passeio zero km no Brasil. Se no mês passado, pleno dezembro, os consumidores compraram pouco mais de 200 mil carros novos, neste mês apenas 126,5 mil novos carros foram emplacados. A queda deste primeiro mês do ano em comparação com dezembro do ano passado foi de assombrosos 38,9%. A título de comparação, em janeiro de 2021 as vendas de carros chegaram a 171,1 mil unidades.

Se para carros o negócio não anda bem, para caminhões as vendas seguem em ritmo acelerado. Certamente não por isso, mas claramente considerando esse comportamento do mercado de veículos, a Anfavea, entidade que representa as montadoras, disse que as montadoras de carros decidiram deixar de fazer o Salão do Automóvel, evento que acontecia tradicionalmente a cada dois anos desde 1960. “Vamos fazer um evento diferente, mais dinâmico, com mais testes drives, desfiles de carros e mais voltados aos consumidores”, comentou o presidente da entidade Luiz Carlos Moraes. As negociações avançam para este evento automotivo acontecer no autódromo de Interlagos, na capital paulista.

Já com a Fenatran, com o frenesi no segmento de caminhões, a história será diferente. Fica tudo mantido como sempre foi. O evento está confirmado para novembro e todas as montadoras como, também, implementadoras já reservaram espaço. Além disso, neste ano, que será o último em que será permitido produzir caminhões com motorização Euro 5, é esperado novos lançamentos de todas as marcas, que serão apresentados neste evento de final de ano.

Especialistas avaliam que já começam os movimentos de compra antecipada de veículos novos numa tentativa de se escapar dos aumentos de preços que virão a partir de janeiro do ano que vem quando só será permitido a produção de caminhões com tecnologia Euro 6. Esses aumentos serão, em média, de acordo com estimativas das montadoras, entre 10% e 15%.

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