Bebidas e alimentos

Ano começa com vendas positivas

Na comparação com janeiro de 2024, resultado foi quase 6% superior; em relação a dezembro, retração de 35%

Roberto Hunoff

Foto Divulgação

O mercado nacional de veículos absorveu, em janeiro, 341.435 unidades, alta de 5,9% na comparação com igual período de 2024 e o melhor desempenho para o mês desde 2015. Em relação a dezembro do ano passado o recuo é de 35%. “Historicamente, janeiro tem resultado pior do que dezembro, pois é um período com características singulares e que influenciam no desempenho de emplacamentos. Nessa época, o orçamento das famílias é afetado por despesas como IPVA, matrículas e material escolar, além de a maioria dos consumidores sair em férias, postergando a decisão de compra de veículos”, analisa Arcelio Junior, presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

  • Caminhões

Com 9.170 emplacamentos, o mercado de caminhões avançou 15% na comparação com janeiro do ano passado, mas retraiu 18% em relação a dezembro. Os pedidos efetivados após a Fenatran, realizada em novembro de 2024, e a crescente demanda por transporte rodoviário de cargas, incentivada por setores estratégicos da economia como o agronegócio, que deve apresentar resultado positivo este ano, são apontados como determinantes para o bom desempenho. “Esse segmento depende das condições macroeconômicas, do ritmo da atividade industrial e do agronegócio. Por isso, vamos acompanhar os próximos meses para verificar as tendências”, pontua o presidente.

Ônibus

O mercado de ônibus teve comportamento semelhante ao de caminhões. As 2.191 unidades de chassis entregues em janeiro representaram alta de 42% sobre o mesmo mês de 2024, mas recuo de 15% em relação a dezembro. O programa Caminho da Escola e o crescimento do transporte urbano e do turismo são apontados como indutores da alta. “As empresas de transporte de passageiros têm mostrado boa recuperação nos últimos meses, o que reflete, diretamente, no crescimento das vendas de ônibus. Mas a elevada variação se deve ao Caminho da Escola, que ainda tem importante saldo dos 16 mil ônibus pendentes de pedidos por parte das prefeituras”, avalia Arcelio Junior.

  • Implementos Rodoviários

Afetado pela sazonalidade, o segmento de implementos rodoviários foi o único a registrar retração na comparação com janeiro de 2024. Foram 6.203 emplacamentos, recuo de 12,5%. Sobre dezembro, a variação negativa foi de 9%. “Com a estabilização de alguns setores e a possível retomada de investimentos ao longo do ano, a expectativa é que os emplacamentos de implementos acompanhem os de caminhões este ano e voltem a crescer “, analisa.

  • Automóveis e comerciais leves 

O segmento de comerciais leves teve evolução positiva de 9% sobre janeiro de 2024, com 36.491 emplacamentos. Na comparação com dezembro, a retração é de 32%. Já o mercado de automóveis totalizou 123.377 vendas, alta de 4% sobre janeiro e recuo de 35% em relação a dezembro. “A alta está bem próxima das projeções da Fenabrave para os segmentos neste ano”, afirma Arcelio Junior.

O segmento de automóveis e comerciais leves 100% elétricos registrou 3.700 unidades emplacadas em janeiro de 2025, queda superior a 15% na comparação com igual mês do ano passado. “É um mercado em amadurecimento e que está se ajustando. Vamos acompanhar o desenvolvimento das marcas e do mercado consumidor ao longo deste ano de 2025 em relação a essa tecnologia para apurar tendências no país”, explica.

Os veículos híbridos somaram 12.802 unidades emplacadas, crescimento de 67% sobre o mesmo mês do ano passado. “Esse desempenho reforça a tendência dessa tecnologia como alternativa para consumidores que buscam eficiência energética sem depender, exclusivamente, da infraestrutura de recarga elétrica”, observa.

  • Motocicletas

O segmento de motocicletas tem avançado em função do setor de serviços. Como resultado, foi o veículo com maior volume de vendas em janeiro, 151.952 unidades, altas de 6% sobre igual mês do ano passado e de 0,02% em relação a dezembro. “Também temos uma crescente busca por mobilidade individual e esses dados devem, novamente, puxar os números do segmento para cima em 2025”, projeta o presidente.

Mercado ainda em formação no Brasil, e com carência de marcas, as motocicletas elétricas tiveram 1.026 emplacamentos em janeiro. “O volume ainda é modesto, mas poderá crescer no futuro”, analisa.

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