Mercados de caminhões e veículos comerciais geram otimismo ao setor e perspectivas de crescimento sustentável para os próximos anos
Mauro Cassane
Imagem, Divulgação
O ano de 2024 foi foi histórico para o segmento de veículos comerciais no Brasil. Com exceção de pontuais tropeços em alguns segmentos, a maioria foi muito bem. Implementos, por exemplo, fechou o ano com 159.203 unidades emplacadas com aumento de 5,40% sobre as vendas de 2023, quando 151.041 implementos foram comercializados.
Mas nesse setor nem tudo foram flores: no segmento de reboques e semirreboques, de maior volume e voltado aos caminhões de maior porte, as vendas caíram ano passado em comparação com o ano anterior. Foram vendidos 88.599 unidades contra 90.322 em 2023.
Contudo, o mercado de caminhões foi destaque. Foram 122.099 unidades ano passado emplacadas contra 103.994 no ano de 2023. O crescimento de 17,41% surpreendeu. Ninguém apostava em crescimento tão robusto. Fruto de expansão do PIB, de 3% e isso porque, segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, a safra agrícola do ano passado nem sequer fez efeito nos resultados de emplacamento de caminhões.
O presidente da Anfavea, junto com seus pares e colegiado com as fabricantes de caminhões, aposta em crescimento sustentável do setor, de maneira contínua, para os próximos anos. Eduardo Freitas, diretor da entidade e responsável pelo setor de caminhões diz: “caminhão cresce com PIB positivo e, como há necessidade de renovação da frota nacional, há potencial de crescimento para os próximos anos. Além disso, neste ano de 2025, com mais uma super safra de grãos, esse mercado vai ser muito beneficiado”.
É neste ano que as fabricantes de caminhões esperam que a safra, prevista em mais de 340 milhões de toneladas de grãos, marcando novo recorde, tenha peso nas vendas de caminhões. A projeção de crescimento, ainda assim, é um pouco mais tímida: 5% em comparação com 2024 (cuja base foi bem mais musculosa).
Os segmentos de caminhões mais estradeiros, pesados e semipesados, seguem dominando neste setor. Juntos esses dois segmentos respondem por mais de 80% dos licenciamentos, sendo pouco mais da metade das vendas, 50,77%, só de pesados. Nesses dois segmentos de maior valor agregado, onde a média de preço por produto gira em torno de 600 mil reais, os caminhões Volvo dominam com larga margem de conforto. Nos semipesados, o Volvo VM 290, sozinho, abocanhou 11,29% do total de vendas, somando no ano passado 4.026 unidades, sendo que o segundo modelo mais vendido, que foi da Mercedes-Benz, o Atego 1719, 2.921 unidades foram comercializadas e, na terceira posição deste segmento ficou o Volks Constellation 26.250 com 2.843 veículos vendidos (veja análise de cada segmento nas próximas matérias desta edição especial).
Os comerciais leves apresentaram um aumento acumulado de 17,04% em relação a 2023, com 536.604 unidades emplacadas em 2024 contra 458.498 no ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado por modelos como o FIAT Strada, que liderou o segmento com 144.684 unidades, seguido por VW Saveiro (56.984 unidades) e FIAT Toro (53.856 unidades). Esses veículos mantiveram forte penetração no mercado devido à sua versatilidade e aplicações comerciais.
Além disso a Fiat Strada foi o veículo mais vendido do País no ano passado (considerando todos os segmentos, inclusive carros de passeio). Adiante, nesta edição especial, temos um “test drive” exclusivo com o modelo Ranch, topo de linha, cabine dupla.