Volume mensal ficou acima da média do ano, mas setor acumula 20% de retração no acumulado de 10 meses
Roberto Hunoff
Foto Banco de Imagens, Divulgação
O volume de implementos rodoviários do segmento pesado, de reboques e semirreboques, emplacado em outubro superou a média anual. No mês passado, a indústria entregou ao mercado 6.460 unidades, enquanto a média para o ano é de 6.012 produtos. No acumulado do ano, no entanto, a perda é de quase 20%, com 60.123 unidades vendidas.
A categoria registra recuos em 11 das 15 famílias. O mais expressivo é no dolly, de 34%, com 4.747 entregas. O graneleiro/carga seca ainda segue como o mais vendido, mas com queda de 33% e 10.789 emplacamentos. Bem próximo está o basculante, com baixa de 32%, e 10.088 produtos entregues.
Entre os que apresentaram números positivos está o baú carga geral, com 9.992 emplacamentos, alta de 22%. Mais expressivo é o resultado da família de especiais, com 32% e 2.380 produtos vendidos. Em outubro, foram retomadas as vendas de tanques de alumínio: foram duas unidades – em 2024, no mesmo período, o número estava zerado.
O mercado de carroceria sobre chassis segue consolidado em sua espiral positiva. Em outubro, foram vendidos 7.520 produtos, superando em 1 mil unidades a média anual: 6.521. No total do ano, o segmento apresenta crescimento de 12%, com 65.218 unidades entregues.
Das sete famílias, apenas uma tem desempenho negativo: a betoneira, de 3,5%, com 1.445 unidades entregues. O baú de alumínio/frigorífico segue como líder absoluto, com 27.351 produtos vendidos, alta de 10%. O resultado mais expressivo, de 56%, é do baú lonado, com 401 unidades. Destaque também para a família outras/diversas, que acumula alta de 26% e 9.600 equipamentos entregues.
A soma dos dois setores de mercado indica recuo de 6% de janeiro a outubro em comparação com igual período de 2024. Em 10 meses, a indústria vendeu 125.341 implementos rodoviários, ante 133.376. Os números acompanham as vendas de caminhões, que acumulam perda de 8% no ano, com 92.317 unidades, de acordo com os dados da Fenabrave. “Implementos rodoviários e caminhões são motores importantes do desenvolvimento econômico brasileiro e refletem diretamente o andamento dos negócios no país”, avalia José Carlos Spricigo, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir).
O dirigente acredita que é importante uma nova política econômica. “Se faz necessário o controle de gastos para que, com superávit, o Banco Central possa aliviar a taxa Selic que influencia negativamente os negócios, principalmente os de bens de capital”, adverte. Avalia que, enquanto o Copom ver riscos de descontrole inflacionário, pressionado pela expansão fiscal do governo, não será possível colocar o Brasil na rota do crescimento sustentável, nem promover a confiança dos empresários em voltar com força a investir.







