biocombustíveis

Investimentos em biocombustíveis ganham força no setor de transportes

Empresas do setor intensificam investimentos em biocombustíveis e novas tecnologias, acelerando a transição sustentável no transporte rodoviário de cargas

Academia do Transporte

Imagem, Divulgação

 

O setor de transporte rodoviário de carga no Brasil, responsável por mais de 60% da movimentação de mercadorias no país, enfrenta desafios críticos relacionados à sustentabilidade, emissões de gases de efeito estufa e dependência de combustíveis fósseis. Nos últimos anos, os biocombustíveis — como biodiesel, etanol e biometano — têm se consolidado como alternativa estratégica, unindo eficiência operacional, redução de impactos ambientais e competitividade econômica.

Crescimento e inovação no setor

O mercado de biocombustíveis vem registrando crescimento consistente:

  • Em 2024, o uso de bioenergia evitou mais de 94 milhões de toneladas de CO₂ no Brasil.
  • O setor recebeu R$ 6,5 bilhões em investimentos privados, um crescimento de 26% em relação ao ano anterior.

Empresas líderes em inovação:

  • Grupo Potencial: Investiu R$ 10 milhões em 10 caminhões Volvo FH B100 Flex (100% biodiesel).
  • Grupo JSL e Randon: Renovação de frotas com caminhões dual fuel (diesel + biometano).
  • Raízen: Expansão da produção e logística de etanol de segunda geração (E2G), com foco no transporte rodoviário sustentável.
  • Gasmig e Scania: Parceria para introduzir caminhões a gás natural e biometano em rotas de longa distância.
  • Ambev: Frota de mais de 1.600 caminhões elétricos e a biometano, reduzindo drasticamente a pegada de carbono no transporte.
  • BRF (Brasil Foods): Adoção de biometano em operações logísticas no Paraná, em parceria com a CIBiogás.
  • Volkswagen Caminhões e Ônibus: Testes avançados com caminhões movidos a etanol e soluções híbridas.
  • Mercedes-Benz: Desenvolvimento de caminhões compatíveis com HVO (óleo vegetal hidrotratado) e biodiesel B20, além de testes com célula de hidrogênio para o mercado brasileiro.
  • Iveco: Investimentos em caminhões movidos a gás natural e biometano, com foco em aplicações de longa distância no Brasil e América Latina.
  • Volvo: Além do B100, investe em caminhões movidos a HVO e já anunciou estratégias para introduzir modelos elétricos e híbridos no transporte de cargas pesadas.
  • Cummins: Desenvolvimento de motores a biometano, biodiesel e HVO, além de soluções híbridas e a célula de combustível de hidrogênio para caminhões pesados.
  • Cooperativas agroindustriais (ex.: Copersucar e Coopercitrus): Integram biocombustíveis na logística agrícola, com uso crescente de biodiesel e biogás.

Tecnologias emergentes:

  • Biocombustíveis de segunda geração, produzidos a partir de resíduos agrícolas e industriais, ganham espaço e prometem menor impacto ambiental.
Crescimento do uso de biodiesel e etanol no transporte rodoviário (2018–2025).

Impactos ambientais e econômicos

Ambiental:

  • O transporte rodoviário é responsável por cerca de 60% das emissões de CO₂ do setor.
  • Biocombustíveis podem reduzir até 80% das emissões, dependendo do tipo e tecnologia.

Econômico:

  • Protege as empresas contra a volatilidade do preço do diesel.
  • Pode gerar economia de até 15% nos custos de combustível de uma frota média.

Desafios e perspectivas futuras

Desafios:

  • Infraestrutura de abastecimento limitada em rotas longas e regiões remotas.
  • Custo inicial elevado para renovação de frota e adaptação tecnológica.
  • Regulação e incentivos ainda em desenvolvimento; programas como Renovar e Lei do Combustível do Futuro ajudam, mas ainda há lacunas.

Perspectivas:

  • Até 2030, cerca de 30% da frota de caminhões poderá utilizar combustíveis renováveis.
  • A cooperação entre governo, setor privado e sociedade será fundamental.

Investimentos em biocombustíveis representam uma oportunidade estratégica para o setor de transporte rodoviário de carga:

  • Reduzem emissões de gases de efeito estufa;
  • Aumentam a eficiência operacional;
  • Protegem contra a volatilidade dos preços de combustíveis fósseis.

O Brasil tem o potencial de se tornar uma referência global em mobilidade sustentável e transporte de carga de baixo carbono, especialmente com inovação tecnológica e políticas públicas consistentes.


Curiosidade

Você sabia que o biodiesel no Brasil é feito em grande parte a partir de óleo de soja, mas também pode ser produzido com óleo de cozinha usado, resíduos de gorduras animais e até microalgas? Essa diversidade de matérias-primas contribui para a sustentabilidade e amplia as possibilidades de produção local.

 

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