Investimento em melhorias nos equipamentos é estimado em R$ 10 milhões

Redação TranspoData

Foto Divulgação

Operados até agora pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul, os aeroportos de Canela, na Região das Hortênsias, e de Torres, no Litoral Norte, passaram a ser responsabilidade da Infraero. A portaria publicada no Diário Oficial da União do dia 4 de setembro estabelece que, além da operação, o órgão federal responderá pela administração e exploração dos terminais dos dois aeroportos.

A companhia vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos realiza um período de transição, que deve ser concluída no prazo de até 120 dias contados da data de publicação das portarias, ou seja, até 2 de janeiro de 2025. As duas outorgas são por tempo indeterminado.

Com a finalidade de debater a nova gestão, ocorreram reuniões com as duas comunidades. A primeira foi em Torres, na segunda-feira (9). Na manhã desta terça (10) foi a vez de Canela. O presidente da Infraero, Rogério Barzellay, salientou que o recebimento das outorgas faz parte do processo de retomada do movimento aéreo do estado por meio do desenvolvimento de sua aviação regional. “A Infraero realizou uma análise técnica da situação atual dos aeroportos de Canela e Torres e, agora, colocará em prática o plano de ação visando à retomada dos voos regulares, com foco no aprimoramento da infraestrutura oferecida e segurança das operações”, acrescentou.

Anunciou aporte de cerca de R$ 7 milhões na reestruturação, em Canela, onde já ocorrem algumas intervenções visando proporcionar segurança operacional. A companhia investirá na pista de pouso e decolagem, que deve ser alargada de 18 metros para 30 metros. Serão feitos reparos nas pistas de táxi, pátio de aeronaves, em equipamentos de auxílio à navegação aérea, nos terminais de passageiros e cercas de proteção.

Outra possibilidade em avaliação é a implantação de balizamento para operação noturna em Canela. De acordo com Barzellay, trata-se de uma questão a ser discutida com a comunidade.

A Infraero vai habilitar os dois aeroportos para operar voos regulares, respeitando a capacidade operacional de cada um. Conforme a portaria, a partir do recebimento das outorgas, em 15 dias, a Infraero já pode autorizar o Aeroporto de Canela a receber voos de aeronaves de categoria 1B (Grand Caravan – até nove passageiros).

Entretanto, as operações só devem ocorrer a partir do dia 20 de outubro. Esta é a expectativa para que os reparos iniciais sejam concluídos. A Infraero também estima a ampliação da capacidade de receber voos de aeronaves 2C (ATR-72 – até 72 passageiros) até o fim de dezembro.

No caso de Torres, os prazos mínimos são 15 dias para aviões de categoria 2C (ATR-72 – até 72 passageiros) e de 45 para receber pousos e decolagens de aeronaves de categoria 3C (B737, A320 – média de 165 passageiros). A estimativa é que sejam investidos R$ 2,5 milhões em obras de adequação, compra de equipamentos essenciais, reparos na rede elétrica e reforma da pista de pouso.

Outros terminais

Há possibilidade de que a Infraero assuma outros terminais, como os aeroportos Lauro Kortz, em Passo Fundo, e Sepé Tiaraju, em Santo Ângelo. Eles estão sob a gestão do governo do Estado, que abriu edital, em julho, para uma parceria público-privada, mas não recebeu propostas de interesse.

Outro terminal que pode ser repassado à Infraero é o de Vacaria. No dia 13 de junho, a unidade aeroportuária recebeu uma vistoria da Agência Nacional de Aviação Civil para a possibilidade de ser uma alternativa ao fechamento do Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre. Contudo, o aeroporto não foi incluído no planejamento aeroviário nacional. O fato impede que seja passível de outorga pelo governo.

A Infraero passa por um reposicionamento, com foco nos aeroportos regionais. Nesse contexto, a companhia recebeu, até o momento, a outorga dos terminais de Mossoró (RN); Vale do Aço, em Santana do Paraíso, Governador Valadares e Divinópolis (MG); Flores, em Manaus (AM), Sorriso (MT), Itaperuna (RJ), Paranavaí (PR), Ariquemes (RO) e Anápolis e Luziânia (GO).

Outros equipamentos devem ser repassados à Infraero de acordo com a política de desenvolvimento da aviação civil do Ministério de Portos e Aeroportos. A Infraero atua na infraestrutura dos terminais, mas não diretamente nas relações de mercado com as companhias de aviação. As tratativas são feitas pelo Ministério dos Portos e Aeroportos.

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