Estudo aponta 15,3% de diferença entre frete médio pago e custos apurados pela NTC

Redação TranspoData

Foto Banco de Dados

A busca pelo equilíbrio econômico-financeiro das empresas transportadoras de carga pós-pandemia foi interrompida no primeiro semestre de 2024. A última sondagem feita pelo Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicas e Econômicas da NTC&Logística indica que a defasagem no valor do frete aumentou no transporte rodoviário de cargas (TRC), alcançando 15,3%. O transporte de carga fracionada tem defasagem de 12,6% e na carga lotação é de 17%.

Esta defasagem entre o frete médio recebido e os custos apurados pela NTC traduz bem como está o mercado de transporte rodoviário brasileiro. Mesmo com a estabilidade dos preços dos insumos nos primeiros seis meses do ano, o acumulado ainda não foi recuperado. O diesel tem alta de 18,2% em média em 12 meses, enquanto os preços dos veículos subiram 76,5% nos últimos 36 meses.

O Índice Nacional de Custos de Transporte (INCT), que mede a inflação do serviço de transporte de carga, também reflete bem esta situação, pois, apesar de ter o valor de um dos seus principais segmentos, o de carga fracionada, bem próximo da inflação geral medida pelo IPCA, o da carga fechada (lotação), está bem acima do mesmo indicador. Os demais componentes tarifários continuam tendo a sua cobrança prejudicada, pois o que se verifica nas respostas é que são muitos os usuários que ainda não remuneram adequadamente o transportador pelo serviço prestado, seja pelas situações anormais de mercado, seja pelos serviços adicionais.

A pesquisa revela que boa parte dos transportadores não recebe os componentes tarifários básicos, como o frete-valor e o Gris (gerenciamento de risco), e quase um terço não é remunerada pelas estadias garantidas por lei. Por outro lado, 12% das empresas do setor são contempladas com a taxa de seguro obrigatório, componente tarifário lançado há um ano. Os custos do frete apurados pela NTC consideram a cobrança à vista. Como a pesquisa indica a concessão de prazos para pagamento, a incorporação do custo financeiro não está considerada.

A expectativa da NTC é que o mercado seja mais estável no segundo semestre, com pequeno aumento de demanda, muito comum neste período. A crença da entidade é que haverá espaço para valorização do frete, criando condições para que as empresas apresentem melhores resultados no fim do ano. “As projeções para o PIB vêm melhorando, o que é bom para o TRC, já que o setor cresce de duas a três vezes o seu valor”, destaca a entidade em comunicado. Finaliza com a informação de que os números deste início de ano não estão surpreendendo positivamente os transportadores

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